Acordo de R$ 50 mil em suaves 24 parcelas tirou o senador Nelsinho Trad (PSD) da versão criminal da Operação Cofeee Break, que apontou associação criminosa e corrupção na cassação do então prefeito Alcides Bernal (Progressistas). O MPE (Ministério Público Estadual) também acenou com a suspensão condicional do processo para o empresário Carlos Naegele, dono do jornal Midiamax. Porém, neste caso, a promotoria ouviu um não.
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As audiências foram realizadas em 21 de maio do ano passado. Nelsinho concordou com as três exigências do promotores Gerson Eduardo Araújo e Fábio Ianni Goldfinger. O ex-prefeito vai pagar 24 parcelas de R$ 2.083, se comprometeu a comparecer em juízo a cada quatro meses e comunicar à Justiça se trocar de endereço.
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O processo criminal por associação criminosa foi suspenso por dois anos. Depois desse prazo, caso o benefício não seja revogado, a Justiça declara a extinção da punibilidade. A oferta pode ser feita nos processos em que a pena mínima for igual ou inferior a um ano.
A suspensão condicional do processo é aplicada a acusado que não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime. O senador coleciona processos e condenações, mas todas são na área cível. O repertório inclui de sentença por improbidade na licitação do lixo em Campo Grande a calote em construtor de residencial.
Acusado na Coffee Break, Carlos Naegele recusou a proposta do Ministério Público. Na sequência, o juiz da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, Márcio Alexandre Wust, incluiu o empresário nas audiências marcadas para março de 2022.
Autor do pedido de impeachment de Bernal, Raimundo Nonato de Carvalho aceitou as condições impostas pelos promotores para a suspensão do processo. No caso dele, foram seis exigências: pagamento de R$ 50 mil em 24 parcelas, comparecimento quadrimestral em juízo, não se ausentar de Campo Grande por mais de 15 dias sem comunicar o Poder Judiciário, não mudar de endereço sem prévia comunicação, não andar armado e nem ingerir bebida alcoólica, além de não frequentar bares, prostíbulos ou congêneres.
Luiz Pedro Gomes Guimarães, que também apresentou o pedido para cassar Alcides Bernal, tentou reduzir a quantia de R$ 50 mil para R$ 10 mil, parcelada em dez vezes. Mas a oferta foi recusada pelo MPE. Ele também entrou na lista de réus que passarão por audiências no mês que vem.
O ex-governador André Puccinelli (MDB), o presidente da Câmara de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), quatro vereadores, dois secretários-adjuntos da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), vão a julgamento de 22 a 25 de março pelos crimes de corrupção e organização criminosa. No total, a fase criminal da Operação Coffee Break conta com 17 réus.