Presa nesta quinta-feira (3) em Campo Grande na Operação Valeta, denominação da 3ª fase da Kryptos, a advogada Eliane Medeiros é acusada de movimentar R$ 324 milhões para o empresário Glaidson dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”. O nome da empresária, que administra a corretora CointradeCx, foi revelado pelo Portal do Bitcoin.
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Cerca de 20 policiais federais cumpriram o mandado de prisão preventiva da advogada na Capital e cincod e busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a pedido do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Federal.
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Segundo nota da PF (veja aqui), Eliane era responsável pela administração de duas empresas sediadas em Campo Grande e intermediava a movimentação financeira entre a principal empresa investigada na Kryptos e empreendimentos estabelecidos no exterior.
“Conforme foi apurado, a conduta da investigada possibilitou a continuidade das atividades ilícitas desenvolvidas pela referida empresa, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação. Também foi constatado que essa atividade de intermediação das movimentações financeiras ilícitas se intensificou após a deflagração da citada operação, em agosto de 2021”, destacou a PF.
A advogada é acusada de ter criado a corretora de criptoativos para impedir o bloqueio e o confisco de valores movimentados pelo esquema criminoso por parte da PF, do MPF e da Justiça Federal.
“Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão”, pontuou a corporação.
A Justiça autorizou a busca e apreensão de documentos, valores em dinheiro e HDs em poder de Eliane Medeiros. Também poderiam apreender carteiras de criptmoedas e as seeds, que dão acesso a lista de clientes.
Em dezembro do ano passado, o juiz Alexandre Corrêa Leite, da 13ª Vara Cível de Campo Grande, determinou o bloqueio de R$ 455,7 mil de Eliane e de Antônio Marcos Medeiros de Lima, sócios das empresas Megaconsulting Informática e Cointrade Crypto Exchange. Quatro supostas vítimas alegaram que perderam o dinheiro ao investir no esquema de pirâmide financeira.
Em junho, a Justiça havia negado o pedido de bloqueio de R$ 800 mil por falta de documentos. O caso ainda é o único conhecido contra a advogada no Estado.