O advogado João Paulo Sales Delmondes citou exame de DNA realizado em 2005 de que Jamil Name não é o pai do comerciante de Osasco, Afrânio Alberto da Silva Brocuá, 57 anos. Sentença de dezembro de 2019 da Justiça de São Paulo reconheceu a paternidade e determinou a inclusão do empresário como pai no registro de nascimento. Para a defesa, há interesse em “se aproveitar de um vantajoso patrimônio”.
[adrotate group=”3″]
A polêmica envolve a disputa da herança de Name, morto aos 82 anos em junho do ano passado em decorrência das complicações da covid-19. Preso na Operação Omertà acusado de chefiar uma organização criminosa, o poderoso empresário teria deixado uma fortuna de herança.
Veja mais:
Jamil admitiu caso amoroso, mas se negou a fazer exame de paternidade em São Paulo
Deputado exige exame de DNA para incluir suposto filho paulista em inventário de Jamil Name
A peritos, Jamil Name diz faturar R$ 1 bilhão com mina e ter R$ 41 bilhões em precatórios
Como parte da estratégia para anular a sentença da 1ª Vara da Família e de Sucessões de Osasco, o deputado estadual Jamilson Lopes Name (sem partido) ingressou com pedido de produção antecipada de provas. Para não incluir Brocuá na herança, ele pede a realização de novo exame de DNA, que pode ser feito com material genético deixado por Name no Instituto de Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul ou até com a exumação do corpo.
Diante da divulgação da guerra pela herança, o advogado João Paulo Sales Delmondes, concedeu entrevista coletiva para contestar a versão do comerciante paulista. De acordo com reportagem das repórteres Aline dos Santos e Bruna Marques, do site Campo Grande News, ele citou o exame realizado há 17 anos pelo empresário, em que descartou a paternidade.
“Constataram que o Jamil Name não era pai biológico de Afrânio. O que é curioso disso tudo é que esse senhor, o Afrânio, esperou mais de dez anos para propor uma ação na comarca de Osasco. Ou seja, ele já soube que não era filho em 2005 e esperou mais de dez anos para propor uma ação”, argumentou Delmondes.
Sobre o trecho da sentença, em que o juiz ressalta que Jamil Name não quis realizar a coleta do sangue, o advogado explicou que não foi exatamente isso que ocorreu. “O juiz de Osasco entendeu que Jamil Name se recusou a fazer exame de DNA. Ele aplicou uma súmula do Superior Tribunal de Justiça de maneira equivocada. Porque recusa é falar não vou fazer o exame, mas ele não disse isso. Ele só manifestou no processo uma objeção sobre a forma da coleta”, explicou.
“Como é uma pessoa de conhecimento público e notório, que tem posses, a gente não ia deixar enviar o sangue dele de qualquer maneira. Jamil Name queria que a coleta fosse simultânea”, ressaltou.
Afrânio também se recusou a realizar o exame de paternidade em Mato Grosso do Sul por causa da suposta influência de Jamil Name no Poder Judiciário local.
“Ninguém vai sair por aí sorteando herdeiros para ser beneficiário em herança alheia”, ressaltou Delmondes. A família de Jamil Name está disposta a custear passagem, estadia e pagar pelos custos da vinda de Afrânio a Campo Grande para realizar novo exame de DNA. O objetivo é obter provas para anular a sentença da Justiça de Osasco.
João Paulo Delmondes também pediu que o processo tramite em sigilo. A decisão caberá ao juiz Atílio César de Oliveira Júnior, da 12ª Vara Cível de Campo Grande.