Preso em janeiro de 2020 com status de sucessor do narcotraficante Minotauro na fronteira de Ponta Porã com o Paraguai, Ederson Salinas Benitez responde a processo em liberdade e obteve autorização da Justiça de Mato Grosso do Sul para passar temporada de 20 dias na praia. O destino escolhido foi apartamento em edifício na Avenida Atlântica, a principal de Balneário Camboriú, praia queridinha dos sul-mato-grossenses.
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O advogado Salomão Abe pediu a liberação para a viagem “em razão das festas de fim de ano” no dia 12 de dezembro. O período solicitado foi de 27 de dezembro a 15 de janeiro. Cinco dias após o pedido, a juíza Thielly Dias de Alencar Pitthan, atuando em substituição legal na 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, autorizou a viagem.
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“Analisando-se os autos, tem-se que o denunciado encontra-se comparecendo regularmente ao processo, de modo que, não há notícia de descumprimento das medidas que lhe foram impostas”. O processo é por crime do Sistema Nacional de Armas.
Salinas foi preso na noite de 19 de janeiro após briga de trânsito na Avenida Brasil, via de Ponta Porã com agências bancárias, hotéis e restaurantes. Naquela data, a fronteira estava em polvorosa com a fuga em massa de internos do presídio de Pedro Juan Caballero, um reduto da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Flagrado com pistola calibre .380, R$ 4.250 e 4.500 dólares, Benitez afirmou que sua profissão era agricultor, mas sem emprego fixo por trabalhar como autônomo. Já relatório da Polícia Civil aponta Edson Salinas como sucessor “extramuros” de Minotauro, o traficante Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, líder da facção.
Conforme o documento, Salinas é responsável por ordenar assassinatos na fronteira. No dia 21 de janeiro de 2020, ele foi transferido de helicóptero de Ponta Porã para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). O temor das forças de segurança era de tentativa de resgate.
Na sequência, a Justiça decretou fiança de R$ 80 mil, valor pago pelo preso. No entanto, a decisão foi reformada após a promotoria revelar que Salinas tinha apresentado identidade falsa às autoridades. Em março daquele ano, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) mandou soltá-lo.
A ordem foi de comparecer mensalmente em juízo para comprovar o endereço, não se ausentar de Ponta Porã sem prévia comunicação, permanecer em casa no período noturno e pagamento da fiança.
Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, foi um dos principais chefes do crime organizado na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Ele acabou preso no ano de 2019, em Balneário Camboriú, destino de férias do seu sucessor.