Com o novo pico da pandemia da covid-19 e a inesperada explosão dos casos de gripe, principalmente, da H3N2, os moradores de Campo Grande passaram a sofrer em longas filas e horas intermináveis de espera nas unidades de saúde públicas e privadas. Além de causar pânico, a volta das restrições voltou a assombrar empresários e igrejas.
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Em vídeo gravado, o presidente da Unimed Campo Grande, Maurício Simões Corrêa, afirmou que houve aumento de 500% no número de pacientes atendidos com sintomas de síndrome respiratórias, que podem ser tanto covid-19 como a gripe H3N2. Em meados de dezembro, o Pronto Atendimento do Hospital da Unimed atendia 50 pessoas por dia. Nesta semana, a média saltou para 300 pacientes.
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Mesmo com o estabelecimento ampliando a capacidade de atendimento, os doentes estão aguardando de quatro a seis horas para serem atendidos na emergência. Ele destacou que 94% das pessoas são jovens e apenas 6% possuem mais de 65 anos. Na sua avaliação, a explosão reflete o relaxamento durante as festas de fim de ano, como não uso de máscaras, distanciamento social e álcool gel nas festas de fim de ano.
Como há ocupação de 50% das vagas de UTI, Corrêa avalia que a doença vem se manifestando de forma leve. “Não há motivo para pânico”, tranquiliza. No entanto, ele voltou a implorar para que a população volte a adotar os cuidados para evitar uma piora no cenário.
A situação não é diferente na rede pública. Nesta semana, conforme o Midiamax, houve aumento de 300% na demanda por testes no Centro de Testagem montado pela Prefeitura da Capital no Centro. A demanda diária saltou de 200 para 800 testes. A espera por exame supera quatro horas.
A situação fora de controle se reflete nos boletins da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). De 1º a 3 de janeiro deste ano, o órgão confirmou 67 novos casos de covid-19 em Campo Grande. Ontem, com a confirmação de mais 925 casos, houve aumento de 1.280%. Há ainda 1.396 pessoas em isolamento domiciliar.
Entre os infectados pela nova onda estão o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), e toda a família do deputado estadual Márcio Fernandes (MDB). Eles estão em isolamento domiciliar.
Por enquanto, o número de pessoas internadas é baixo na Capital, com 11 em leitos clínicos e 19 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O prefeito anunciou que irá analisar a situação no fim de semana e decidir se volta a adotar restrições para conter a pandemia em Campo Grande.
As restrições voltam a assombrar comerciantes e igrejas cinco meses após o toque de recolher ser suspenso em Mato Grosso do Sul. A primeira medida adotada pelo município para evitar a propagação do coronavírus foi o cancelamento do carnaval pelo segundo ano consecutivo.
A primeira cidade a retomar o toque de recolher nesta sexta-feira (7) foi Ribas do Rio Pardo, a 100 quilômetros de Campo Grande. Bares e restaurantes vão fechar a partir das 22h de segunda a quinta-feira e das 23h nos finais de semana. Igrejas deverão restringir a ocupação a 50%.