O gasto dos deputados federais de Mato Grosso do Sul já supera em 12% o total da cota parlamentar utilizado no ano passado. De janeiro a outubro deste ano, os oito parlamentares gastaram R$ 2,619 milhões, enquanto em todo o ano de 2020, o montante ficou em R$ 2,326 milhões. Eleito com o discurso de fazer a diferença e combater a velha política, Loester Trutis (PSL) é o campeão absoluto em gastos.
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Denunciado no Supremo Tribunal Federal por supostamente simular um atentado para chamar a atenção dos eleitores no ano passado, o polêmico deputado utilizou R$ 453,4 mil da cota parlamentar em 10 meses. Houve aumento de 18% em relação ao total gasto no ano passado, quando as sessões foram virtuais por causa da pandemia e o total usado foi de R$ 383,7 mil, conforme o Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.
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O segundo maior gastador foi o deputado Dagoberto Nogueira (PDT), com R$ 411,4 mil. O valor é inferior ao registrado em 12 meses do ano passado, quando foram usados R$ 446,4 mil. O terceiro no ranking dos gastadores do dinheiro público é o Beto Pereira (PSDB ), com R$ 401,4 mil. O tucano usou R$ 446,7 mil no ano passado.
O deputado Fábio Trad (PSD) manteve a tradição e é o parlamentar que menos utiliza a cota parlamentar durante o mandato. O advogado usou apenas R$ 60,2 mil de janeiro a outubro deste ano, contra R$ 61,1 mil em 2020.
Vander Loubet (PT) ficou em 4º lugar no ranking de gastos, com R$ 366 mil, contra R$ 375 mil no ano passado. O petista sempre se revezou na ponta com Dagoberto. Com a repercussão na sociedade da divulgação dos gastos com a cota parlamentar, ele passou a ser mais prudente e deixou o título para o novato Trutis, que foi eleito detonando políticos que não tinham dó de gastar o dinheiro público.
Faltando incluir os dados de novembro e dezembro, Dr. Luiz Ovando (PSL) já elevou em 69% o gasto com a cota parlamentar. Neste ano, o médico utilizou R$ 365,9 mil, contra R$ 216,2 mil no ano passado.
Confira o gasto de janeiro a outubro: R$ 2,619 milhões
Deputado | Gasto 2021 |
Loester Trutis (PSL) | 453.436,40 |
Dagoberto Nogueira (PDT) | 411.470,09 |
Beto Pereira (PSDB) | 401.470,50 |
Vander Loubet (PT) | 366.061,78 |
Dr. Luiz Ovando (PSL) | 365.955,30 |
Rose Modesto (PSDB) | 281.573,99 |
Bia Cavassa (PSDB) | 279.292,65 |
Fábio Trad (PSD) | 60.279,22 |
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados |
Bia Cavassa e Rose Modesto, ambas do PSDB, também elevaram os gastos em relação ao ano passado, mas ficaram na ponta debaixo da tabela. A professora gastou R$ 281,5 mil até o momento, aumento de 48% em relação ao ano passado, quando foram R$ 189,5 mil. Ela pretende ser candidata a governadora em 2022. Já a corumbaense elevou os gastos em 35%, de R$ 206,5 mil para R$ 279,2 mil.
Gasto por ano
Ano | Gasto |
2019 | 2.819.992,70 |
2020 | 2.326.027,62 |
2021 | 2.619.559,92 |
No total, os oito deputados federais de MS gastaram R$ 2,619 milhões da cota parlamentar, o que representa aumento de 12% em relação aos R$ 2,326 milhões do ano passado. O valor deste ano não inclui os gastos feitos em novembro e dezembro, conforme o portal. A expectativa é de que bater o recorde ao superar os R$ 2,819 milhões registrados em 2019, quando hão havia crise nem pandemia.
Só que a crise nem a pandemia ainda não acabaram em 2021, mas os parlamentares já se anteciparam para gastar o dinheiro do povo.