No artigo “A indústria lembrou-se que é um sistema vivo que possui alma”, o ensaísta e economista Albertino Ribeiro elogia a iniciativa das entidades industriais para mostrar que o setor é pop como o agronegócio. Após registrar queda pelo 5º mês consecutivo, o setor tenta reagir e mostrar que é estratégico para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico do País.
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“Há muito tempo a indústria vem sofrendo, mas parece que nos bastidores as coisas começaram a mudar e poderão trazer um novo vigor para o setor. Uma das características de um sistema vivo é lutar contra o seu ocaso e finalmente o setor industrial se deu conta dessa realidade”, diz Ribeiro.
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“Entretanto, lembrou-se que todo o negócio, assim como um corpo, deve ter alma. As propagandas na televisão, até há pouco tempo, eram monopolizadas pelo agro; o bordão ‘Agro é tech, agro é pop’ tem sido o mais ouvido nos comerciais da Rede Globo, por exemplo”, analisa.
Ele elogia a iniciativa da FIEMS de ocupar o horário nobre da TV Globo para mostrar a importância da indústria. Albertino Ribeiro diz que a política ultraliberal quer transformar o Brasil em uma grande fazenda, centrada na commodities e não no valor agregado da produção.
“Infelizmente, é isso que a grande mídia e o capital financeiro querem para o País. Existe um projeto para que o Brasil seja, stricto sensu, um produtor de commodities, isso graças a visão ultraliberal que domina o capital financeiro que financia a nossa mídia Pindorama”, pontua.
Ele diz que o Brasil deveria seguir o exemplo dos Estados Unidos para evoluir.
Confira o artigo:
“A indústria lembrou-se que é um sistema vivo que possui alma
Albertino Ribeiro
A produção industrial brasileira teve em outubro o 5º mês consecutivo de queda, acumulando uma perda de 3,7%, conforme levantamento da PIM (Pesquisa Industrial Mensal do IBGE). Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, “há um espalhamento dos resultados negativos: são três das quatro categorias econômicas e 19 das 26 atividades no campo negativo”.
Há muito tempo a indústria vem sofrendo, mas parece que nos bastidores as coisas começaram a mudar e poderão trazer um novo vigor para o setor. Uma das características de um sistema vivo é lutar contra o seu ocaso e finalmente o setor industrial se deu conta dessa realidade.
Destarte, o nosso tecido industrial parecia estar conformado com seu enrijecimento e oxidação. Entretanto, lembrou-se que todo o negócio, assim como um corpo, deve ter alma. As propagandas na televisão, até há pouco tempo, eram monopolizadas pelo agro; o bordão “Agro é tech, agro é pop” tem sido o mais ouvido nos comerciais da Rede Globo, por exemplo.
Entretanto, ainda há esperança, pois temos percebido um movimento do setor industrial nessa direção. Nossos industriais também estão utilizando a mídia televisiva para dizer que existem. Por enquanto, o setor pode não ser tão pop quanto o agro, mas, por natureza, é mais tech e tem DNA que é originalmente tecnológico.
Nessa luta pela existência, a FIEMS (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) – que está de parabéns pela iniciativa -, utilizou o horário nobre, na Rede Globo para mostrar a importância da atividade industrial para o nosso estado e para o Brasil.
É isso mesmo! A população precisa saber que não há desenvolvimento econômico sem indústria. Se quisermos trocar os voos de galinha e decolarmos como águia, devemos fazer como os EUA fizeram no XIX, ou seja, não se acomodaram, apenas, com as vantagens comparativas do extrativismo econômico. Note, leitor, que eu utilizei o advérbio “apenas” (somente, exclusivamente). Por que fiz questão de dizer isso?
Os EUA são, ao mesmo tempo, uma potência industrial e agrícola; conseguiram o salto industrial aproveitando, inclusive, o vasto campo de oportunidades da agropecuária. Poderia dar vários exemplos aqui, mas o texto ficaria muito longo. Assim sendo, veja o exemplo da empresa americana Caterpillar. Em 1890, seus criadores faziam experimentos com tratores a vapor utilizados na agricultura; hoje é uma potência na fabricação de implementos agrícolas e de infraestrutura.
No entanto, nada disso seria possível se os americanos não tivessem construído uma política industrial; se não fosse dessa forma, o tio Sam seria hoje uma espécie de “fazendão” do mundo.
No entanto, infelizmente, é isso que a grande mídia e o capital financeiro querem para o País. Existe um projeto para que o Brasil seja, stricto sensu, um produtor de commodities, isso graças a visão ultraliberal que domina o capital financeiro que financia a nossa mídia Pindorama.
Destarte, se não quisermos “chorar pitangas”, a indústria brasileira precisa “vender seu peixe” e lutar contra a sua entropia. Para isso, não é necessário declarar guerra à agricultura e pecuária; como já vimos acima, existe uma possibilidade sinérgica.
‘O Brasil não cabe no quintal de ninguém’ – Paulo Nogueira Batista Júnior.’”
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