Com uma nova onda da pandemia da covid-19 ganhando força na Europa e o ressurgimento de casos em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) anunciou, nesta sexta-feira (26), a suspensão do Carnaval de rua em 2022. Pelo 2º ano consecutivo, a Capital não realizará a tradicional folia do rei Momo.
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O anúncio do prefeito ocorre no mesmo dia em que o presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores Estaduais), Ricardo Ayache, gravou vídeo para alertar de que a covid-19 ainda não é coisa do passado. Ele contou que o hospital internou pela primeira vez em três meses um paciente em estado grave.
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O dirigente da Cassems alertou que o paciente, que foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), não foi vacinado. Não é o único. Dos 741.599 moradores da Capital com mais de 12 anos, 80 mil (10,7%) não tomaram nenhuma dose da vacina e podem contrair a doença. O mais grave, podem ajudar a espalhar nova cepa.
“Estamos retomando, de maneira gradual, a nossa vida normal, mas ainda vivemos a incerteza do afastamento do perigo da Covid-19 e o surgimento de novas variantes, que preocupam técnicos em saúde do mundo inteiro. Em razão disso, em Campo Grande, optamos por não ter Carnaval de rua. Seria imprudente e irresponsável contrariar a ciência e colocar em risco a saúde da nossa gente”, explicou o prefeito.
A Capital não realizou a folia de rua neste ano pela primeira vez. No ano passado, a pandemia chegou após o Carnaval, na segunda quinzena de março, quando houve o lockdown de 15 dias.
A decisão do prefeito vai na contramão da decisão de Reinaldo Azambuja (PSDB), que não só previa a realização do carnaval de rua, como tinha anunciado recursos para as escolas de samba.
Para não deixar as escolas de samba na mão, Marquinhos pretende discutir uma alternativa para permitir a folia online e sem risco de propagar o coronavírus. O Carnaval popular mais famoso na cidade é o realizado na Esplanada Ferroviária, onde chega a reunir uma multidão para acompanhar os blocos carnavalescos.
“Os eventos particulares, realizados em clubes ou casas noturnas, terão que seguir regras de biossegurança, que serão definidas, excepcionalmente, por uma comissão a ser criada para este fim”, informou a assessoria da prefeitura.
O paciente internado no Hospital da Cassems não é o único em estado grave. Atualmente, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, 22 pessoas com covid-19 estão internadas em UTI em Campo Grande.
A falta de controle é um problema grave na cidade, principalmente, após os vereadores vetarem o projeto que exigiria o passaporte da vacina em locais públicos e fechados.
Nesta sexta-feira, a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou como preocupante a nova cepa registrada na África do Sul. Vários países europeus suspenderam voos vindos do sul da África para evitar uma nova tragédia.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde) chegou a propor que o Brasil só permita a entrada de vacinados, mas a proposta foi rejeitada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.