O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, rompeu parceria antiga com o governador de São Paulo, João Doria, para apoiar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, seu principal adversário nas prévias do PSDB. Neste domingo, os tucanos de todo o País começam a definir quem vão lançar como candidato a presidente da República em 2022. O terceiro postulante é o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
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Segundo o presidente regional do PSDB e chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, os três candidatos honram o ninho tucano, mas o PSDB sul-mato-grossense optou pelo gaúcho. “O sentimento do PSDB de Mato Grosso do Sul é de que Eduardo Leite representa melhor os valores da social democracia, e e é esta posição que temos de assumir neste momento de instabilidade política e econômica que o País atravessa”, justificou.
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Desde o início da gestão de Reinaldo, em 2015, o Estado sempre discutiu parcerias e projetos com São Paulo. A última foi a distribuição da vacina contra a covid-19. As primeiras doses distribuídas no País foram as produzidas pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A Coronavac foi a primeira a ser aplicada em MS.
Em 2018, com a instituição da previdência complementar, Reinaldo optou pelo Previcom, instituto de previdência de São Paulo, para gerir os recursos e pagamentos da previdência complementar do funcionalismo sul-mato-grossense. O sistema oferece aos novos servidores a opção de se aposentar com salário acima do teto pago pelo INSS. O Estado paga contrapartida de 7,5%.
Doria pode ter se queimado com os tucanos de MS ao cobrar a expulsão do ex-senador e atual deputado federal Aécio Neves, de Minas Gerais. Flagrado pedindo propina de R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Mendonça, o mineiro foi denunciado no Supremo Tribunal Federal por corrupção. Na gravação, Aécio até falava em enviar um mensageiro que pudesse matar para pegar o dinheiro para evitar problemas no futuro.
No mesmo escândalo, os delatores da JBS citaram o pagamento de propina a Reinaldo. A Polícia Federal concluiu que houve o pagamento de R$ 67,791 milhões e indiciou o governador pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O MPF o denunciou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 15 de outubro de 2020.
Aécio acabou não sendo expulso do partido e passou a trabalhar pela derrota de João Doria. Os caciques do PSDB estão divididos e o resultado das prévias é uma incógnita. Leite e Doria tem chances de vencer, mas a decisão pode ir para o segundo turno caso não alcancem mais de 50%.
Dos 39,7 mil filiados aptos a votar hoje, apenas 1.470 são de MS, o 4º maior número, atrás de São Paulo (24,6 mil), Rio Grande do Sul (3,6 mil) e Minas Gerais (1,5 mil). O Estado ainda tem três deputados federais, Rose Modesto, Beto Pereira e Bia Cavassa.
O resultado das prévias não garante que o PSDB vai lançar candidato a presidente. Nos bastidores, tucanos cogitam indicar Leite para vice na chapa do ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Doria e Leite não passam de 3% nas pesquisas e possuem mais de 50% de rejeição.
O governador gaúcho pode fazer história ao ser o primeiro gay a disputar a presidência da República.