Inimigo do PT e um dos primeiros a ir às ruas pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), Vinicius Siqueira (PROS) é mais um dos arrependidos de ter pedido voto em Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018. Defensor da candidatura presidencial do ex-juiz Sergio Moro (Podemos), o ex-vereador passou a detonar diuturnamente o presidente e vem perdendo milhares de seguidores nas redes sociais.
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De acordo com Siqueira, apenas no Instagram, ele perdeu 2,8 mil seguidores. Antes de criticar Bolsonaro, ele contava com 15,5 mil. Cerca de 2,7 mil eleitores o deixaram seguir. Atualmente, ele tem 12,8 mil seguidores na rede social. E deve perder mais, já que faz questão que os bolsonaristas tomem conhecimento das críticas. “Às claras! Prefiro perder votos dos bolsonaristas a enganá-los”, justificou-se.
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Na última postagem, o ex-vereador não perdoa nem a ex-aliada, a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, a quem responsabiliza junto com o Governo do capitão pela disparada da inflação dos alimentos. “Ministério da Agricultura e Abastecimento tem responsabilidade na alta interna dos alimentos. O Governo federal zerou os estoques públicos de grãos da Conab, que eram responsáveis pelo controle dos preços. Agora o Brasil come em dólar. Barbeiragem”, lamentou.
Siqueira foi filiado ao DEM de Tereza Cristina até o início do ano passado, quando se filou ao PSL para disputar a Prefeitura de Campo Grande. Aliás, na campanha, ele já estava mais distante do bolsonarismo. O ex-vereador ficou em 4º na disputa, atrás de Marquinhos Trad (PSD) e Pedro Kemp (PT). O defensor de Bolsonaro, Sérgio Harfouche (Avante) ficou em 2º.
O ex-vereador não foi contemplado com a onda bolsonarista em 2018, quando disputou uma vaga de deputado estadual e acabou não sendo eleito. Ele só pediu voto para Bolsonaro no segundo turno, quando a disputa ficou restrita entre Bolsonaro e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT).
Nas postagens, Siqueira critica Bolsonaro e repete o lema “mas o traíra é o Moro”. “Bolsonaro arrebenta a Lei de Improbidade e enfraquece o combate à corrupção, mas o traíra é o Moro”, postou, fazendo referência as novas regras, sancionadas pelo presidente da República, que vão dificultar o combate ao desvio do dinheiro público, conforme opinião de juízes e promotores.
“2,4 milhões – Bolsonaro gastou nas suas férias (com dinheiro público)”, afirmou, fazendo referência ao triplex do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em outra manifestação, Siqueira critica a aliança do capitão com o Centrão, o polêmico grupo de partidos formados por políticos réus ou condenados por corrupção. “Denunciado na Lava Jato, Ciro Nogueira é o principal ministro do Bolsonaro”, lamentou, sobre o ministro chefe da Casa Civil.
“Bolsonaro se junta ao chefe do esquema dos Correios, do Mensalão e do Petrolão”, postou o ex-vereador, criticando a aliança com o presidente afastado do PTB, Roberto Jefferson, o deputado Valdemar Costa Neto (PL), que foi condenado a sete anos de prisão, e de Ciro Nogueira, envolvido nos desvios da Petrobras.
“Eu sou do Centrão, nasci lá”, repete frase de Bolsonaro, para destacar que o presidente e os filhos sempre criticaram os políticos do Centrão. Ele deve se filiar nos próximos dias ao PL de Costa Neto.
“Após sair do Governo, Sergio Moro avisa o Brasil: Bolsonaro quer intervir na PF para proteger os filhos e seus amigos. Agora, os delegados e diretores estão afastados ou exonerados”, lamentou, em outra postagem.
Vinicius avisa que vai manter as críticas, porque não pretende enganar os eleitores nem os bolsonaristas. E não se importará em continuar perdendo seguidores. Ele já tem o ódio dos petistas e seguidores de Lula. O ex-vereador vai tentar conquistar os eleitores da 3ª via, os chamados nem-nem.