O PSDB do governador Reinaldo Azambuja perdeu a disputa pela prefeitura de Bandeirantes, a 100 quilômetros da Capital. Com a vitória do prefeito interino, Gustavo Sprotte (DEM), os tucanos amargam a 3ª derrota consecutiva nas eleições suplementares e, como virou jargão comum, podem pedir música no Fantástico. O resultado sinaliza dificuldade para o partido nas eleições de 2022.
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Os eleitores de Bandeirantes voltaram as urnas após o Tribunal Superior Eleitoral confirmar a cassação da candidatura do prefeito Álvaro Urt (DEM), reeleito com 50,63% dos votos válidos. Alvo da Operação Sucata Preciosa, deflagrada pelo Gaeco para combater desvios na prefeitura, e denunciado por improbidade administrativa, ele não conseguiu reverter a cassação.
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Quatro candidatos disputaram a prefeitura de Bandeirantes: o prefeito interino, Gustavo Sprotte, Zulene Diniz (PSDB), Celso Abrantes (PSD) e Milane (PSC). Reinaldo e a cúpula do PSDB apostaram na eleição de Zulene. O governador gravou vídeo de apoio, destacou as obras do Governo na cidade e prometeu apoiar a tucana na pavimentação das ruas e avenidas da cidade.
Além do governador, Zulene teve o apoio do MDB, do ex-governador André Puccinelli, e do prefeito cassado. Já Sprotte contou com o apoio da ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, e da deputada federal Rose Modesto (PSDB).
Aberta as urnas, Gustavo Sprotte foi eleito prefeito com 1.493 votos (36,25%). A candidata do Governo teve 1.344 votos (32,62%), enquanto Celso Abrantes ficou com 1.162 (28,2%) e Milane, com 2,91%.
Os candidatos de Reinaldo já tinham perdido duas eleições suplementares. Em Paranhos ocorreu algo parecido com Bandeirantes. O vencedor, Heliomar Klabunde (MDB), que teve o mandato cassado, apoiou o candidato do PSDB, Alfredo Soares. Na semana derradeira, a cúpula tucana e o governador participaram de corpo a corpo para eleger o tucano.
No entanto, aberta as urnas, o prefeito interino, Donizete Viaro (MDB), foi eleito com 3.007 votos (50,43%), contra 2.889 (48,45%) de Soares e 67 votos de Adélio Cirilo (PT). Na véspera da eleição, a pesquisa do Instituto Ranking apontou a vitória de Soares por 20 pontos percentuais de diferença.
A terceira derrota do PSDB ocorreu em Sidrolândia, com a derrota do ex-deputado ex-prefeito Enelvo Felini (PSDB). O tucano tinha perdido o pleito no ano passado para Daltro Fiuza (MDB), por 10.646 a 9.057 votos. Só que o emedebista também teve a candidatura impugnada e os eleitores voltaram para escolher o prefeito em eleição suplementar.
A prefeita interina, Vanda Camilo (Progressistas), teve o apoio de Fiúza, que indicou a esposa, Rosi Fiúza, como vice-prefeita. As mulheres venceram com 10.768 (52,4%), contra 9.782 votos (47%) de Felini.
As três derrotas neste ano mostram o enfraquecimento do PSDB, que vai tentar emplacar o terceiro mandato no Governo do Estado com o secretário estadual de Infraetrutura, Eduardo Riedel. Ele trocou a Secretaria de Governo pela pasta das obras para ganhar visibilidade e musculatura eleitoral. As três eleições suplementares são sinais de que não terá uma tarefa fácil.
Mais dificuldade ainda terá Reinaldo para disputar o Senado. O governador foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no Superior Tribunal de Justiça. Ele é acusado de ter recebido R$ 67,791 milhões em propinas da JBS e ter causado prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres estaduais.
Uma das possibilidades é o governador renunciar ao cargo em abril para disputar uma das oito vagas de deputado federal. Ele é considerado um dos favoritos ao lado do atual deputado, Beto Pereira, e do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.