Os caminhoneiros de Mato Grosso do Sul estão divididos sobre a greve nacional prevista para começar na segunda-feira (1º). Como parte da categoria pode aderir ao movimento nacional contra o aumento dos combustíveis, o Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Mato Grosso do Sul) decidiu não interferir no protesto. Inicialmente, a entidade era contra a paralisação.
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A manifestação contra a política de combustíveis da Petrobras, que promoveu 12 reajustes e elevou o preço do diesel em 65% apenas neste ano, mobiliza uma das principais bases do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Além da disparada no valor do combustível, os motoristas estão revoltados com o baixo valor da tabela do frete.
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Mato Grosso do Sul conta com 19 mil caminhoneiros, dos quais 6,8 mil são autônomos, segundo o presidente da entidade, Osny Bellinati. Inicialmente, a categoria tinha rechaçada aderir a qualquer paralisação. No entanto, os aumentos frequentes nas bombas têm causado indignação e parte dos autônomos está disposta a aderir à paralisação nacional.
O sindicato decidiu lavar as mãos ao não tomar partido contra nem a favor da mobilização. No entanto, conforme Bellinati, caso a maior parte decida suspender as atividades a partir de segunda, o Sindcam vai apoiar a greve.
A última greve de caminhoneiros no Estado foi em 2018, quando a categoria parou no Brasil por dez dias e causou desabastecimento. Bellinati explica que os caminhoneiros não querem causar mais transtorno aos brasileiros, mas admite que a situação está cada dia mais complicada. “O problema é o diesel (muito caro) e o frente muito baixo”, alegou.
Só que ao contrário de 2018, quando a gestão de Michel Temer (MDB) balançou, a paralisação teve o apoio do agronegócio e dos donos de transportadoras. Os empresários já anunciaram que não vão aderir à paralisação.
O presidente do Sindcam explicou que os pecuaristas e os agricultores estão tranquilos em decorrência do preço das commodities no mercado internacional. Na sua avaliação, além do “preço nas alturas”, o setor conta com subsídio do Governo federal.
Além do diesel, o preço da gasolina teve aumento de 74% apenas neste ano. O valor do produto tem ficado próximo de R$ 7 na Capital e de R$ 8 no interior do Estado.
Como parte da estratégia para amenizar o impacto do reajuste praticado pela Petrobras, os estados decidiram manter a pauta dos produtos congeladas por três meses a partir de segunda-feira (1º).
No Estado, graças à paralisação de 2018, a alíquota do ICMS sobre o diesel caiu de 17% para 12%. Já no início do ano passado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) elevou a alíquota do ICMS sobre a gasolina de 25% para 30%.