O ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB), e o ex-secretário municipal de Fazenda, Lenilso Carvalho Antunes (MDB), viraram réus pelo desvio de R$ 23,479 milhões por meio de “conta fantasma” entre 2019 e 2020. A denúncia por peculato, que inclui mais sete pessoas, foi recebida pelo juiz Raul Ignatius Nogueira, da 2ª Vara Cível e Criminal de Maracaju.
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Os emedebistas foram alvos da Operação Dark Money, deflagrada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) no dia 22 de setembro deste ano. Também viraram réus por peculato e corrupção a ex-secretária municipal de Administração, Daiana Cristina Kuhn, o empresário Pedro Everson Amaral Pinto, o ex-assessor especial, Fernando Martinelli Sartori, a ex-diretora do Departamento de Tesouraria, Iasmin Cristaldo Cardoso, e Edemilson Alves Fernandes, entre outros.
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Criada para supostamente contabilizar a folha de pagamento, a conta não foi declarada aos órgãos de controle e passou a ser usada para desviar dinheiro dos cofres da Prefeitura de Maracaju. Dos 627 cheques da referida conta emitidos, 75 foram minuciosamente analisados pelo Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro, apurando-se que foram nominais a 15 empresas que não tiveram contratação formal com a Prefeitura, ou seja, não se submeteram a qualquer procedimento licitatório, bem como inexistem na Prefeitura notas fiscais que justificam os pagamentos efetuados.
O processo tramita em sigilo. De acordo com a Polícia Civil, a empresa PRÉ-MOLDADOS MARACAJ EIRELI, que tem como sócio o ex-secretário de Fazenda, teria recebido R$ 876.149,08 em cheques. O funcionário público teve sua prisão preventiva decretada e suas contas pessoais e empresarias bloqueadas pela justiça.
Outra empresa investigada, a PEDRO EVERSON DO AMARAL PINTO ME teria recebido R$ 354.429,00 e pertenceria a investigado apontado como sendo o operador financeiro do esquema e que também está preso preventivamente.
As investigações apontam, entretanto, que a parte das empresas investigadas poderiam ter sido na realidade vítimas da organização criminosa, na medida em que os títulos de crédito emitidos foram endossados mediante a falsificação da assinatura do responsável pela empresa, bem como carimbo desta.
O 9º réu é irmão de um dos indiciados nas duas fases da Operação Dark Money. Ele foi denunciado por lavagem de dinheiro ao trocar um dos cheques utilizados na fraude.
Durante o inquérito policial as autoridades policiais responsáveis pela investigação ouviram 17 pessoas, dentre oito servidores públicos na condição de testemunhas, ligados à Secretaria de Administração e Fazenda do Município e ao Controle Interno e nove responsáveis/funcionários por empresas do Município de Maracaju-MS, responsáveis legais pelas empresas que teriam supostamente recebidos os valores.