A Justiça decretou a prisão preventiva de quatro dos oito envolvidos no suposto esquema criminoso que desvio R$ 23 milhões da Prefeitura Municipal de Maracaju. Preso temporariamente desde sexta-feira (24), o ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB), pode deixar a prisão amanhã. O 8º envolvido com a organização criminosa foi preso no domingo (26), com a deflagração da 2ª fase da Operação Dark Money.
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Candidato a prefeito no ano passado e ex-secretário municipal de Fazenda, Lenilso Carvalho Antunes (MDB), vai continuar preso após o juiz Marco Antônio Montagnana Morais, da 2ª Vara Cível e Criminal de Maracaju acatar pedido da polícia. Também tiveram a prisão convertida em preventiva a ex-secretária municipal de Administração, Daiana Cristina Kuhn, e o empresário Pedro Everson Amaral Pinto.
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O ex-assessor especial, Fernando Martinelli Sartori, e a ex-diretora do Departamento de Tesouraria, Iasmin Cristaldo Cardoso, deixaram a prisão, mas vão ser monitorados por meio de tornozeleira eletrônica. Dr. Maurílio presta depoimento nesta segunda-feira. Moisés Freitas Victor foi liberado.
Ontem, o DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) cumpriu mandado de prisão contra Edemilson Alves Fernandes, técnico em edificações. O nome dele foi revelado pelo Campo Grande News. Ele é o 4º com a prisão preventiva decretada. “Trata-se de um funcionário público comissionado à época, apontado como peça chave no esquema que ocorreu entre novembro de 2019 e 2020”, informou a titular do órgão, delegada Ana Cláudia Medina.
Conforme nota da polícia, os oito estão envolvidos em esquema que desviou R$ 23 milhões da prefeitura por meio de uma conta de fachada. Pelo menos 19 empresas teriam recebido o dinheiro sem ter contrato com o município. Nem nota fiscal foi emitida para justificar o pagamento.
O esquema envolveu Lenilso, que foi candidato apoiado por Dr. Maurílio nas eleições do ano passado e foi derrotado por Marcos Calderan (PSDB). Eles teriam emitidos 600 cheques para tirar o dinheiro dos cofres municipais.
Dr. Maurílio ficou foragido por três dias. O advogado Rodrigo Dalpiaz entrou com habeas corpus para revogar a prisão temporária, mas o juiz Marco Antônio Morais negou o pedido. A apresentação do emedebista tem o objetivo de facilitar o ingresso de novo recurso e impedir a decretação da prisão preventiva.
O ex-prefeito chegou a manifestar o interesse de se apresentar ainda na quarta-feira, mas acabou levando quase 72 horas para deixar a fazenda no Pantanal e chegar ao DRACCO, na Capital.
Com a prisão, Dr. Maurílio, prefeito de Maracaju por três mandatos e uma das principais lideranças da região, junta-se ao elenco de ex-prefeitos presos por corrupção, como Gilmar Olarte (sem partido), e André PuccinellI (MDB), de Campo Grande, Ari Artuzi (já falecido), de Dourados, e Carlos Ruso (PSDB), de Ladário.
Por enquanto, apenas Olarte tem condenação com trânsito em julgado e cumpre pena de oito anos e quatro meses no Centro de Triagem Anísio Lima.