O médico e ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja (MDB), foi o único dos sete com a prisão temporária decretada pela Justiça que escapou da Operação Dark Money, deflagrada nesta quarta-feira (22) pelo DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado). Conforme declarações feitas à Justiça Eleitoral, ele ficou rico e pobre nos três mandatos como prefeito de Maracaju.
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Acusado de comandar esquema criminoso, que desviou R$ 23 milhões dos cofres da prefeitura ao longo de dois anos por meio de conta de fachada, Dr. Maurílio não foi encontrado nos endereços pela Polícia Civil. O ex-secretário municipal de Fazenda e candidato a prefeito nas eleições do ano passado, Lenilso Carvalho Antunes (MDB), foi preso em Umuarama (PR).
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Além de cumprir 26 mandados de busca e apreensão, o DRACCO também prendeu a ex-secretária municipal de Administração, Daiana Cristina Kuhn, da ex-diretora do Departamento de Tesouraria, Iasmin Cristaldo Cardoso, do ex-assessor especial Fernando Martinelli Sartori, do empresário Pedro Everson Amaral Pinto e de Moisés Freitas Victor. Eles fizeram exame de corpo-delito e foram encaminhados para presídios na Capital.
Durante os mandados de busca, os policiais apreenderam R$ 252 mil, sendo R$ 143 mil em dinheiro vivo, armas de fogo e munições, joias, computadores, telefones celulares, 10 veículos, entre outros. O juiz Marco Antônio Montagnana Morais, da 2ª Vara Cível e Criminal de Maracaju, determinou a quebra do sigilo de dados e determinou perícia nos aparelhos telefônicos.
Os acusados de integrar o esquema de desvio tiveram o bloqueio de até R$ 23 milhões, conforme a delegada Ana Cláudia Medina, titular do DRACCO, que comandou a ofensiva contra a corrupção. Cerca de 60 policiais participaram da operação.
A evolução patrimonial do emedebista tem detalhes curiosos, conforme as declarações feitas ao Tribunal Regional Eleitoral. Em 2004, quando ele foi candidato e acabou vencendo o pleito para suceder o primo, o atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Dr. Maurílio informou que não tinha nenhum tostão a declarar.
Em 2008, quando disputou a reeleição e perdeu para Celso Vargas (PTB), ele já acumulava uma fortuna declarada de R$ 12,131 milhões. O maior bem era uma fazenda de 1.509 hectares, avaliada em R$ 12,077 milhões.
Em 20012, quando voltou a ser candidato e acabou eleito para o 2º mandato, ele declarou patrimônio de R$ 8,9 milhões, sendo que o maior bem a Fazenda Suçuarana, avaliada em R$ 7,5 milhões. Em 2016, quando disputou a reeleição e acabou vitorioso com 67% dos votos, ele declarou que o patrimônio encolheu para R$ 1,616 milhão.
Na última declaração feita à Justiça, a propriedade de R$ 12 milhões é citada como herança e que o emedebista só teria direito a pouco mais de R$ 500 mil. A outra propriedade, de 121 hectares, estava avaliada em R$ 235 mil.
Com a prisão temporária decretada, o ex-prefeito continuava foragido até o final da tarde de hoje. O juiz poderá converter em prisão preventiva. Ele também teve os bens bloqueados pela Justiça.