Condenado por tráfico de drogas e acusado de ter ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital), Fernandes Ferreira Vilela, 60 anos, foi indiciado por usar 14 pessoas e cinco empresas de fachada para lavar R$ 53,448 milhões. Preso no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, ele já fugiu três vezes da prisão.
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Conforme o DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Vilela movimentou essa fortuna ao longo de 13 anos entre aquisições de imóveis, automóveis de luxo. As operações financeiras simuladas tinham o objetivo de dissimular o enriquecimento ilícito oriundo do tráfico de drogas.
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De acordo com a Polícia Civil, condenado a mais de 20 anos de prisão, o traficante tem no currículo pelo menos três fugas do sistema prisional, inclusive do Estabelecimento Penal Jair Ferreira, a Máxima, de Campo Grande, onde continua preso. Ele foi preso pela Polícia Federal em 2003 e pelo Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) em 2018.
“A polícia ainda suspeita que o condenado seja associado ao líder de uma organização criminosa conhecido por Pepito, responsável por um laboratório de refino de cocaína, no estado de Mato Grosso”, pontua. Pepito e Fernandes chegaram a ser presos acusados pelo assassinado do delegado Robinson Benedito Maia em 1996 na Avenida Bandeirantes, na Capital, que segue insolúvel até o momento.
O novo inquérito foi concluído com a ajuda do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Entre as pessoas usadas para movimentar o dinheiro estaria até menor de idade, que teve o nome usado para registrar um veículo de luxo de alto padrão.
“Ainda foram constatados por meio do DRACCO, outras catorze pessoas físicas e cinco empresas que serviam ao processo de branqueamento de ativos da organização criminosa desarticulada”, informou o departamento, em nota à imprensa.
Vilela entra para o rol dos criminosos que desafiaram a polícia, como o narcotraficante Gerson Palermo, que rompeu a tornozeleira e fugiu após obter habeas corpus concedido pelo desembargador Divoncir Schreiner Maran, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Ele conseguiu a prisão domiciliar mesmo sendo condenado a mais de 126 anos de prisão em regime fechado e ter colecionado façanhas, como o sequestro de um avião da VASP. Até hoje a polícia não tem pistas do paradeiro de Palermo.