Em meio a ameaça de militares de dar golpe de estado para retomar a ditadura no Brasil, cerca de 2 mil pessoas, segundo a organização, foram às ruas em mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Campo Grande. Apesar de ter ganhado força em relação à manifestação realizada no início deste mês, a passeata ainda não empolgou o campo-grandense.
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Convocados pelos movimentos sociais, sindicatos, partidos de esquerda e organizações não-governamentais, a mobilização começou às 9h na Praça do Rádio e percorreu a Avenida Afonso Pena e as ruas 14 de Julho, Marechal Cândido Mariano Rondon e 13 de Maio. Os manifestantes levaram cartazes e faixas de protesto contra a reforma administrativa, a privatização dos Correios e a corrupção na gestão de Bolsonaro.
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“Foi uma belíssima passeata, com a participação de mais de duas mil pessoas”, avaliou o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) em Mato Grosso do Sul, Vilson Gregório. Ele destacou que a população deu apoio à manifestação. “Vamos para a rua contra esse Governo genocida”, ressaltou, responsabilizando Bolsonaro pelas mais de 540 mil mortes causadas pela covid-19 no Brasil.
De acordo com Gregório, a população quer vacina no braço e comida no prato. Ele lamentou que os integrantes do Governo Bolsonaro tenham negociando propina e superfaturado a compra da vacina enquanto milhares de brasileiros morreram por falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), vacina e prevenção.
A participação de 2 mil pessoas, conforme a organização, ainda não é a maior manifestação realizada na Capital contra Bolsonaro. Em 2019, estudantes da UFMS conseguiram se unir aos professores e levar 6 mil manifestantes em ato contra os cortes na educação. Em maio, na primeira manifestação no Centro, 3 mil participaram do protesto contra Bolsonaro.
A mobilização ganhou gás com as polêmicas ameaças feitas pelos militares. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, enviou recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), de que se não for aprovado o voto impresso em agosto, o Brasil não terá eleições diretas para escolher os governantes em 2022.
O ministro e o deputado negaram a ameaça. Atualmente, as ditaduras estão em extinção no mundo e estão sendo destituídas até nos países mais miseráveis e pobres do mundo. A democracia brasileira tem apenas 36 anos. Os brasileiros só voltaram a votar para escolher o presidente da República em 1989.
A PEC do voto impresso deverá ser analisada pelo Congresso Nacional em agosto e tem oposição de 11 partidos.