A queda pode representar uma série de consequências psicossociais indicativas de uma espiral crescente de limitações para a pessoa idosa. Dados do Ministério da Saúde apontam que 30% das pessoas com mais de 65 anos caem ao menos uma vez. A maioria das quedas acontece dentro de casa, chegando a 66% dos registros. De acordo com a médica geriatra Kelem de Negreiros Cabral, do hospital Sírio-Libanês, a queda indica problemas na saúde do idoso.
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Dados do Ministério da Saúde apontam, ainda, que a maioria das quedas é registrada em mulheres, chegando a 66% dos registros. Conforme Kelen Negreiros, isso acontece porque as mulheres acumulam mais doenças que os homens ao chegarem na terceira idade. Na condição de idosas, as mulheres têm maiores chances de ter artroses e diabetes como consequência do envelhecimento.
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A maioria das vítimas já passou dos 76 anos e 64% sofrem fraturas devido à queda. E a morte é a consequência mais grave do problema, atingindo 28% imediatamente e, até, 78,5% no primeiro mês após o acidente. Mais que números, as fraturas causadas por quedas representam comprometimento direto na maneira como o idoso vai se relacionar a partir do acidente, não só consigo mesmo, mas com a família e a com a sociedade.
E isso acontece não apenas para os casos graves, em que a hospitalização é inevitável, mas mesmo para os leves, considerando que o idoso ficará receoso e poderá parar de se exercitar. No primeiro caso, as quedas podem resultar em imobilidade permanente dos acidentados. Para quem chega a essa condição, tarefas simples e que representam autonomia ficam comprometidas.
Mesmo para quem não tem sequelas físicas, a queda pode ter impacto direto na rotina do idoso. Isso acontece porque a pessoa fica com medo, vai limitar a movimentação e, como resultado, abandonar as atividades físicas. As consequências serão redução do fortalecimento muscular e da flexibilidade, que poderiam salvaguardar o idoso de futuras quedas e fraturas.
E, então, como agir? De acordo com o Ministério da Saúde, é preciso reconhecer os perigos evitáveis na vida cotidiana e intervir. Como forma de ajudar, separamos algumas dicas para prevenir quedas de idosos.
Fatores externos que podem resultar em quedas de idosos
São os tapetes de fundo liso, que podem facilitar os escorregões. Pisos lisos também podem representar risco para a queda de idosos, bem como cabos soltos, rodapés alongados e, com certeza, degraus.
Para evitar as quedas, os tapetes devem ser eliminados nas áreas de circulação. Já nos banheiros, o ideal é colocar um tapete com ventosas, que ao serem fixadas, reduzem o risco de escorregões durante o banho. Se possível, o idoso deve tomar banho em uma cadeira e contar com suportes para se locomover dentro do banheiro.
Pessoas com mobilidade reduzida devem ser instaladas em cômodos sem barreiras, como degraus, que possibilitam tropeções. Os móveis também precisam ser dispostos com área que permita a circulação.
Fatores de saúde que favorecem a queda de idosos e como prevenir os acidentes
O desequilíbrio da pressão arterial, uso de medicamentos psicotrópicos e doenças que afetam os reflexos são fatores de risco para a queda. A melhor maneira de prevenir o problema é garantir o acompanhamento médico permanente. Para os casos em que o corpo está passando por limitações, os idosos devem ser acompanhados quando precisarem se movimentar.
O uso de bengalas, cadeiras de rodas ou andadores também ajuda a prevenir as quedas diante da limitação de mobilidade. Outro motivo que favorece quedas é a redução da acuidade visual. Por isso, é importante manter a rotina de exames, que incluem a visita ao oftalmologista.
Além de manter o devido acompanhamento médico, os idosos devem ser estimulados ao exercício físico, sempre que possível. Músculos fortalecidos ajudam a prevenir quedas. Também é preciso garantir a alimentação e a oferta adequada de vitaminas. Com a idade, a descalcificação dos ossos é maior, o que explica o elevado número de fraturas. Além disso, o processo de cicatrização também é mais lento.