Réu por integrar a organização criminosa e de ser o pistoleiro do empresário Fahd Jamil, o rei da fronteira, Thyago Machado Abdul Ahad estava foragido há um ano e residia a 50 metros da Praia dos Ingleses, área nobre de Florianópolis (SC). Na manhã desta sexta-feira, ele morreu em confronto com a Polícia Civil de Santa Catarina.
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Ele é o segundo foragido e investigado por crimes de pistolagens na Operação Omertà que morre na troca de tiros com policiais. Em dezembro do ano passado, o ex-guarda municipal José Moreira Freires, o Zezinho, foi descoberto em Lagoa de Pedras, no Rio Grande do Norte, e também morreu ao reagir à operação da Polícia Civil potiguar.
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Zezinho foi condenado pelo assassinato do delegado Paulo Magalhães e era acusado ser um dos atiradores do universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, executado por engano no lugar do pai, o capitão Paulo Roberto Teixeira Xavier. O crime teria sido encomendado por Jamil Name, morto por covid-19 em Mossoró (RN), e Jamil Name Filho.
A prisão preventiva de Thyago foi decretada pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal, que levou a deflagração da Operação Armagedon, denominação da 3ª fase da Omertà. Ele nunca foi preso e estava foragido desde 18 de junho do ano passado.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) o denunciou junto com Fahd Jamil e Flávio Corrêa Jamil Georges, o Flavinho, Jamil Name Filho, o policial federal Everaldo Monteiro Assis, entre outros. Ele virou réu pelos crimes de organização criminosa e tráfico de armas quando o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, aceitou a denúncia.
O suposto pistoleiro teria sido localizado nesta semana pelos policiais civis catarinenses. O Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) repassou informações sobre a investigação ontem.
Em entrevista ao Midiamax, o delegado John Vieira, da CORE (Coordenação de Operações e Recursos Especiais) afirmou que o réu passou a ser monitorado e não saia do apartamento, localizado em uma das praias mais famosas de Florianópolis. Na manhã de hoje, ele deixou a casa e foi abordado pelos policiais.
Thyago Machado Abdul Ahad estava com uma pistola e reagiu a abordagem. Houve troca de tiros e ele morreu no local.
Em depoimento à Justiça, o delegado Carlos Delano contou que a abordagem a Thyago em uma investigação de assassinato na fronteira incomodou a cúpula da segurança sul-mato-grossense. Ao abordar o suposto pistoleiro em uma padaria da Capital, ele acabou revistando Flavinho, acusado de chefiar a organização criminosa junto com o pai. A história levou o diretor da polícia a pressioná-lo a deixar o cargo de titular da Delegacia de Homicídios da Capital.
Fahd Jamil está em prisão domiciliar em Campo Grande. O poderosíssimo empresário conseguiu prisão domiciliar após perícia judicial. O juiz Roberto Ferreira Filho determinou que a medida fosse cumprida em Campo Grande e mediante monitoramento eletrônico. Cada visita ao empresário precisa de aval da Justiça.