Com poucas chances de reeleição e sem vaga para disputar o cargo de governadora de Mato Grosso do Sul, a senadora Simone Tebet (MDB) colocou o nome para disputar a sucessão do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Ela sonha em ser a candidata da 3ª via, posição disputada pelos presidenciáveis do PDT, DEM, PSDB, Novo, Cidadania e MDB.
[adrotate group=”3″]
A pretensão vai exigir malabarismo político e sorte semelhante a um ganhador da loteria. O conterrâneo da senadora, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), também vem trabalhando para ser a opção dos partidos de centro e de direita para ser opção a Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja mais:
Em tom de campanha, Bolsonaro xinga Lula e Mandetta e prevê derrota sem voto impresso
Nelsinho e Soraya aprovam venda da Eletrobras; Simone vota contra por prever conta mais cara
Apenas Simone assina CPI para investigar ações do Governo no combate à pandemia
O grande desafio de Mandetta é o traço nas pesquisas de opinão. O ex-ministro aparece com 3% em pesquisa do IPEC, divulgada nesta sexta-feira (25) pelos jornais O Globo e Estadão. Ele fica atrás de Lula, com 49%, de Bolsonaro com 23%, de Ciro Gomes (PDT), com 7%, do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 5%. Os adversários somam 38%, contra 49% de Lula.
Apesar da polarização entre o petista e Bolsonaro ter se consolidado nos últimos meses, os partidos continuam atrás de um nome viável para se apresentar como a 3ª via. Simone Tebet surge neste cenário confuso, em que não há nenhum nome consolidado nem favorável para se sagrar como opção nas urnas em 2022.
“Há sim no MDB a busca pela terceira via e eu apareço como uma pré-candidata à presidência da República. A minha vontade é continuar servindo ao Mato Grosso do Sul como pré-candidata ao Senado. Mas está crescendo dentro do partido o meu nome”, afirmou a senadora.
Só que o desafio vai exigir esforços hercúleos de Tebet. Ela não conseguiu se viabilizar como opção à presidência do Senado e perdeu a disputa de lavada para o atual presidente, o senador Rodrigo Pacheco (DEM), de Minas Gerais.
Primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ela conseguiu viabilizar a formação da Bancada Feminina no Senado, a qual passou a liderar após ficar sem cargos expressivos na casa.
Filha do falecido senador Ramez Tebet (MDB), que foi presidente do Senado e governador de Mato Grosso do Sul, Simone não terá uma reeleição fácil. A favorita na disputa é a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina (DEM), e ainda pode enfrentar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (sem partido) e o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche.
Outra opção seria o Governo do Estado. No entanto, o MDB deve optar por lançar André Puccinelli, que lidera as pesquisas e tem chances, pelo menos, de levar a sigla ao segundo turno. A grande ameaça do emedebista é a Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, que está no seu encalço desde julho de 2015.
A situação também não é fácil em nível nacional. O MDB pode lançar o ex-presidente Michel Temer como candidato a presidente da República. Na 3ª via ainda há outros candidatos em busca da benção dos aliados, mas que descartam desistir em nome do consenso, como Doria, Mandetta e Tasso Jeressaiti.