A gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) usou R$ 15,2 milhões dos recursos destinados ao combate à covid-19 para montar o hospital de campanha em Campo Grande, que só atendeu 68 pacientes. Além de não abrigar nenhum doente contaminado pelo novo vírus, o Governo acabou desativando a unidade no pico da pandemia em setembro do ano passado.
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As informações sobre a unidade provisória no pátio do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian foram reveladas pelo jornal Midiamax, que as obteve com base na Lei do Acesso à Informação. Isso revela que o tucano gastou R$ 223.529,41 por pessoa.
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Em abril e maio do ano passado, o governador e o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, divulgaram a unidade para tratar os doentes com covid-19 e ressaltaram a disponibilização de 140 leitos. Apesar do Governo divulgar que havia tratamento intensivo, o hospital acabou sendo desativado sem receber nenhum paciente com o novo vírus.
A diretora geral do HR na ocasião, a médica Rosana Leite Melo, não previu a gravidade da doença. O hospital de campanha acabou sendo desmontando no início de setembro, quando a Defensoria Pública ingressou com ação na Justiça para decretar lockdown em Campo Grande devido à falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
A Secretaria Estadual de Saúde chegou a alegar, na ocasião, que o hospital de campanha tinha tratado pacientes com outras enfermidades. Com a revelação do Midiamax, a sociedade ficou sabendo que foram apenas 68 doentes.
Rosana acabou tendo o trabalho rebrbbconhecido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao ser nomeada para a Secretaria Extraordinária para Combater a Covid-19 do Ministério da Saúde. Além do trabalho no HR, ela é ré por improbidade administrativa por acúmulo ilegal de trabalho na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
O outro hospital de campanha, montando em Ponta Porã, o Governo gastou mias R$ 8 milhões. De acordo com as informações repassadas ao site Midiamax, com 40 leitos, o local atendeu somente 185 pessoas.
O gasto do Governo com hospitais de campanha foi de R$ 23,2 milhões, que acabaram desmontados no ano passado. Nesta quinta-feira (24) termina o lockdown decretada por 14 dias pelo governador em 43 municípios. O principal problema continua a falta de leitos de UTI.
A subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, abriu inquérito para investigar o gasto dos governadores com a covid-19. Aliada de Bolsonaro, ela intensificou a ofensiva para fazer frente a CPI da Covid criada pelo Senado para apurar a responsabilidade do Governo federal no combate à pandemia.
Outra polêmica envolvendo a gestão tucana foi a compra de camas que ficaram estocadas sem uso no Pavilhão Albano Franco. A Polícia Federal cogitou abrir inquérito para apurar ilegalidade na compra dos leitos.
A CGU (Controladoria-Geral da União) identificou indícios de superfaturamento na compra de equipamentos de proteção individual.