Os pais, os irmãos e a avó do estudante Matheus Coutinho Xavier, executado por engano com tiros de fuzil 762 (AK 47), ingressaram com pedido de indenização de R$ 6,2 milhões de Jamil Name, 82 anos, e Jamil Name Filho, 43. Conforme denúncia feita à Justiça, o jovem foi morto por pistoleiros contratados pelos empresários para vingar a pai, o capitão da reserva da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier.
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“Com a morte de Matheus, a família se desmantelou psicologicamente, pois além do sofrimento indiscritível que é perda de um filho, irmão ou neto, sem condições alguma de seguir suas vidas normalmente, necessitando de apoio psicológicos, viram-se diante de um medo constante de permanecerem residindo no mesmo local”, alegaram, conforme a ação de indenização protocolada na 3ª Vara Cível de Campo Grande.
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O assassinato de Matheus levou à investigação da suposta organização criminosa por uma força-tarefa da Polícia Civil comandada pelos delegados do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequetros).
De acordo com a investigação, Jamil Name considerou traição Xavier passar a defender os interesses do advogado Antônio Augusto de Souza Coelho em negociação de fazenda com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, instituição famosa por pertencer ao reverendo Moon. Então, ele e o filho contrataram os pistoleiros Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, para matar o policial.
No entanto, por volta das 18h do dia 9 de abril de 2019, Matheus acabou sendo morto por engano ao manobrar a caminhonete do pai. Ele morreu após ser atingido por sete tiros de fuzil, segundo o laudo da perícia.
“Assim, um dos requerente Paulo Xavier (Pai de Matheus), mesmo sem condições financeiras para tamanho suporte, viu-se na condição de amparar os familiares, seja pagando aluguel para novo endereço mais seguro, seja para mudança de escolas e aquisição de novos materiais escolares, seja para tratamento com psicólogos”, alegou a advogada.
“Sem condições financeiras para apoio de sua família, viu-se obrigado a se socorrer com empréstimos bancários: a) Em 29/08/2019, realizou um empréstimo consignado no Banco do Brasil no valor de R$ 92.623,19, com parcela mensal de R$ 2730,71 b) Em 30/04/2020, realizou um empréstimo consignado no Banco do Brasil no valor de R$ 114.231,00, com parcela mensal de R$ 2591,60”, detalhou.
Além do pai, o pedido de indenização é feito em nome da mãe, de dois irmãos e a avó de 88 anos. No cálculo do valor, a defesa considerou o tempo de 50 anos de vida de Matheus, considerado o tempo médio de vida do brasileiro de 70 anos, e o ganho de um salário mínimo, mesmo considerando que o assassinato interrompeu os sonhos do jovem e uma carreira promissora como advogado.
O valor pedido é de R$ 3,135 milhões para Jamil Name e R$ 3,135 milhões para Jamil Name Filho. Além disso, a advogada pede o bloqueio de R$ 6,270 milhões e tutela de urgência para garantir as despesas mensais da família de R$ 19,3 mil, que inclui o aluguel de R$ 4 mil da nova residência, gasto de R$ 2,5 mil com psicólogo com o casal e os dois filhos e mais os financiamentos bancários.
A decisão caberá ao juiz titular da 3ª Vara Cível, Juliano Rodrigues Valetim.
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