O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), admite retornar ao Progressistas, antigo PP, para disputar a reeleição em 2022. Caso se confirme a decisão, ele poderá turbinar a sigla do ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, que está inelegível, e do deputado estadual Gerson Claro, que foi preso acusado de corrupção e organização criminosa quando era presidente do Departamento Estadual de Trânsito.
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Na semana passada, Bolsonaro revelou que recebeu convite para voltar ao partido do senador Ciro Nogueira, do Piauí. Após receber um presente do parlamentar, o presidente falou sobre a possibilidade. “Agradeço o Ciro Nogueira, meu velho colega de Parlamento. Fui do partido Progressistas dele por muito tempo. Ele não está apaixonado por mim não, pessoal, mas ele tá me namorando. Ele quer que eu retorne ao partido Progressista”, afirmou.
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“Quem sabe? Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte para lá. Não estou me fazendo de difícil não, é um grande partido”, contou o presidente da República. Bolsonaro também estuda convite para voltar ao PSL, pelo qual foi eleito presidente e se desfiliou em 2019, e do Partido da Mulher Brasileira, que mudou de nome para recebe-lo.
Além do PP e PSL, Bolsonaro já foi filiado ao PDC (1990-1993), PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005) e PSC (2016-2017).
A eventual filiação de Bolsonaro ao Progressistas terá impacto em Mato Grosso do Sul. Atualmente, a sigla conta com dois deputados estaduais, Gerson Claro e Evander Vendramini, de Corumbá.
Gerson Claro é réu por improbidade administrativa e peculato em decorrência da Operação Antivírus, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Ele chegou a ser preso e acabou sendo demitido do cargo de presidente do Detran após ser afastado da função pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O deputado nega as acusações, mas ainda não houve sentença nas duas denúncias.
Outro beneficiado será Bernal, que luta na Justiça para recuperar os direitos políticos. Em 2018, ele obteve 47 mil votos anulados por ter sido considerado inelegível pela Justiça Eleitoral. A vaga ficou com a deputada Bia Cavassa (PSDB), que obteve 17 mil votos.
Bernal foi condenado por improbidade administrativa no escândalo da Omep e Seleta e pode ser obrigado a pagar multa de R$ 1 milhão e ainda a devolver o prejuízo causado ao município. O valor ainda será calculado pela Justiça.
Outro beneficiado com a volta de Bolsonaro ao Progressistas será o prefeito de Dourados, Alan Guedes, que desafiou o chapão montado pelo PSDB e pelo deputado estadual Barbozinha (DEM). Ele se elegeu prefeito da segunda maior cidade do Estado ao desafiar o acordão feito para beneficiar o democrata.
O deputado estadual Coronel David está sem partido e aguarda a decisão de Bolsonaro para definir a sigla para disputar a reeleição em 2022. Fiel escudeiro de Bolsonaro, o deputado federal Dr. Luiz Ovando pode trocar o PSL pelo Progressistas.
Outro que pode acompanhar o presidente é o deputado federal Loester Trutis, que brigou com a direção do PSL para se impor como candidato a prefeito da Capital no ano passado. Ele também foi alvo de operação da Polícia Federal e acusado de simular um atentado a bala. O inquérito tramita no Supremo Tribunal Federal.