O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exonerou, nesta quinta-feira (6), Carlos Marun do cargo de conselheiro da Itaipu, onde ganhava salário de R$ 27 mil para participar de uma reunião a cada dois meses. Para rebater os críticos do salário de R$ 3.190 que vai ganhar como assessor do presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), o ex-ministro afirmou que vai trabalhar por “amor”.
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Polêmico, sem papas na língua e famoso por integrar a tropa de choque dos ex-presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), e da República, Michel Temer (MDB), Marun foi nomeado para o Conselho de Administração da binacional no final de dezembro de 2018. Em maio do ano passado, ele foi reconduzido por Bolsonaro para ficar por mais quatro anos como conselheiro.
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A saída do general Joaquim Silva e Luna da Itaipu, que foi nomeado presidente da Petrobras, acabou tirando Marun da estatal. No mês passado, o ex-ministro já havia antecipado que deixaria o cargo de conselheiro para voltar à política em Mato Grosso do Sul. Ele é entusiasta da candidatura do ex-governador André Puccinelli (MDB), de quem foi sempre fiel escudeiro, a governador nas eleições de 2022.
Bolsonaro nomeou para a vaga de Marun a ex-governadora do Paraná, Maria Aparecida Borghetti. Ela é esposa do líder do Governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP). Cida Borghetti, como é conhecida, assumiu o Governo do Paraná após Beto Richa (PSDB) renunciar ao cargo para ser candidato a senador em 2018.
Marun não vai ficar sem salário pago pelo poder público. No entanto, o ex-deputado federal deixou muito eleitor desconfiado por ter aceitado o cargo de assessor parlamentar com salário de R$ 3.190. Bombardeado por alguns internautas, ele reagiu com uma postagem nos grupos de aplicativos.
“Continuo sendo criticado pelo baixo valor do salário que receberei na Assembleia Legislativa. Eu penso que baixo é o pequeno amor que os que me criticam sentem por MS”, reagiu o ex-ministro. “Eu sou Engenheiro e advogado. Presto serviços para a iniciativa privada. Tenho hoje renda suficiente para poder contribuir com o Estado que me recebeu com tanto carinho independentemente de Salário. O que me importa neste momento é atuar para que a Ponte Bioceânica se concretize. É um projeto que nasceu por meu intermédio”, garantiu, conforme trecho reproduzido pelo Campo Grande News.
O ex-ministro reconheceu as críticas que recebia pelo alto salário como conselheiro da Itaipu. “Não é do meu feitio simplesmente olhar as coisas acontecerem ou não. Mas destaco uma curiosidade: a mesma ‘tchurma’ que me criticou pelo ‘alto’ salário que recebia em Itaipu agora me critica pelo ‘baixo’ salário que receberei na Assembleia. Difícil entender. Será que é só inveja?”. Questionou, cutucando os críticos.
Além de atuar como assessor de Paulo Corrêa para ganhar R$ 3,1 mil para trabalhar de segunda a sexta-feira, Marun é apresentado do programa “Pesca e Amizade”, que mantém no canal do Youtube.
Ele já gravou o programa com o ex-governador Zeca do PT, famoso por ter nascido em Porto Murtinho, a cidade a ser beneficiada pela ponte dos sonhos de Marun. A obra orçada em mais de R$ 250 milhões foi suspensa pelo Governo do Paraguai, que decidiu destinar os recursos para o combate à pandemia da covid-19.