Após o fracasso do bloqueio de contas, a Justiça determinou a penhora da herança do senador Nelsinho Trad (PSD) para tentar garantir o pagamento da dívida firmada há seis anos com o construtor de imóveis Paulo Quintino Barreto. O débito, que o empresário tenta receber do ex-prefeito da Capital desde 2015, já soma R$ 380.264,61.
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O sequestro da herança deixada pelo pai, o ex-deputado federal Nelson Trad, foi determinado na quinta-feira (15) pelo juiz Thiago Nagasawa Tanaka, da 1ª Vara Cível de Campo Grande. “Como é sabido, o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, nos termos do art.789 do CPC, não existindo qualquer óbice ao legal ao deferimento da penhora dos direitos do Executado”, justificou o magistrado.
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A penhora dos bens herdados pelo senador é mais uma tentativa de Paulo Barreto receber pelo serviço executado em março de 2015. Após entregar o conjunto de dez casas ao político, ele alegou que faltou pagar R$ 96.717,22. A ação de cobrança foi protocolada na Justiça em setembro de 2015.
Nelsinho não cumpriu a decisão da Justiça que determinou o pagamento. O empresário entrou com execução da sentença no final de 2019. Mesmo com nova determinação judicial, para quitar o débito, o senador não pagou a conta.
Barreto pediu a penhora online de contas bancárias de Nelsinho, mas não foi encontrado dinheiro suficiente para quitar a dívida. Agora, o juiz determinou a penhora da herança, até o valor de R$ 380,2 mil, para garantir o pagamento do valor ao construtor.
Este é o segundo sequestro da herança do senador pela Justiça. O juiz Cássio Roberto dos Santos, da 2ª Vara de Execução de Título Extrajudicial, determinou a penhora de até R$ 3,4 milhões para garantir o pagamento da dívida da campanha a governador em 2014 com a VCA Produções. A empresa tenta receber o valor na Justiça desde março de 2017.
O valor da dívida de Nelsinho com Paulo Quintino Barreto equivale a pouco mais de dez meses de salário de senador da República. O Senado paga R$ 33.767 por mês, sem considerar os gastos com cota parlamentar, assessores e correios.
Outra dor de cabeça do ex-prefeito são as ações por improbidade. Desde 12 de junho de 2019, ele está com R$ 101,5 milhões bloqueados pela 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos por suspeita de desvio, superfaturamento e pagamento de propina na licitação bilionária do lixo, vencida pela Solurb.
Ele ainda responde ações por improbidade administrativa pela operação tapa-buracos, pelos desvios ocorridos na implantação do Gisa, compra de carne para a merenda na rede municipal de ensino de Campo Grande, entre outros.