A Assembleia Geral de Credores decidiu manter as negociações com o Grupo Buainain e adiou, pela 2ª vez neste ano, o desfecho sobre a recuperação judicial. Com aproximadamente R$ 100 milhões em dívidas, a rede de drogarias São Bento, restrita a uma única farmácia em Campo Grande, continua ganhando fôlego para escapar da falência.
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Nesta terça-feira (13), a pedido do Banco Itaú, que repassou os créditos para um fundo de investimentos, os credores decidiram adiar o desfecho por mais 60 dias. A decisão sobre a aprovação do novo plano de recuperação ou a decretação da falência deverá ser anunciada no dia 16 de junho deste ano.
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Em recuperação judicial há seis anos, o grupo não pagou os credores e demitiu praticamente todos os funcionários entre janeiro de 2015 e o final do ano passado. Das 91 lojas, apenas uma, na Rua Ceará, continua funcionando e vem sendo a principal aposta no recomeço dos negócios da família Buainain.
Fundada em 1948 pelo patriarca Adid Assef Buainain, a Drogaria São Bento agoniza com uma dívida monstruosa. Com 313 credores, a empresa acumula dívida de R$ 69,104 milhões. O valor não inclui mais de R$ 30 milhões em débitos com o fisco federal e órgãos públicos municipais e estaduais.
Em meio a denúncias de retirada ilegal de mais de R$ 5 milhões e sonegação de informações pelos sócios, o Grupo Buainain chegou a enfrentar pedido de decretação de falência. A medida drástica encerraria as atividades e levaria a leilão todos os imóveis para pagar os credores.
No dia 27 de outubro do ano passado, após vários adiamentos e uma guerra de liminares, a Assembleia Geral dos Credores ocorreu por meio virtual e acabou dando mais tempo para os sócios negociarem o pagamento das dívidas. O prazo ia até o dia 2 de fevereiro deste ano. Os credores estenderam o prazo até o dia 13 deste mês. Agora, em nova chance, a empresa tem até 15 de junho para fechar um acordo com os credores.
“Na verdade é um prazo a mais pra avançar nas negociações com todos, está afunilando e ao que parece gradativamente credores e devedora estão chegando a consenso”, afirmou o economista Fernando Abrahão, administrador judicial.
A história da São Bento vem sendo marcada pela persistência dos sócios em manter viva a maior rede de farmácias fundada em Mato Grosso do Sul. Dois fatores contribuíram com a derrocada, conforme alegações da empresa, a carga tributária brasileira e a concorrência acirrada com a chegada de grandes grupos, como Pague Menos, Drogasil, Popular, entre outras.
Em meio ao acirramento da concorrência, visível com até três farmácias em um único cruzamento na Capital, a São Bento tenta se reerguer e com apenas uma loja. As outras 90 lojas foram fechadas.
A expectativa é saber se o grupo vai conseguir este milagre, que poderá ser alvo de estudos e pesquisas acadêmicas para mostrar como se dá a volta por cima em meio as maiores adversidades possíveis.