Pelo placar de 3 a 1, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal negou o agravo interno do deputado federal Loester Trutis (PSL) para levar o plenário o julgamento do habeas corpus contra o inquérito 4.857. Com a decisão, a corte mantém a investigação da Polícia Federal contra o parlamentar por falsa comunicação de crime, dano, porte ilegal e disparo de arma de fogo.
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Inicialmente, o relator do HC, ministro Dias Toffoli, negou o pedido porque a jurisprudência não permite o recurso contra decisão monocrática no STF. A defesa de Trutis e do assessor parlamentar Ciro Nogueira Fidelis (PSL) recorreram para que o pedido fosse analisado pelo plenário.
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Toffoli votou contra a manobra e foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O único voto a favor do deputado foi o ministro Marco Aurélio de Mello. O magistrado votou pela procedência do recurso para que o habeas corpus tivesse prosseguimento na corte.
A ministra Rosa Weber se julgou impedida porque é a presidente do inquérito contra o deputado. Ela determinou em novembro do ano passado a deflagração da Operação Tracker, que cumpriu mandados de busca e apreensão e acabou prendendo Trutis por porte ilegal de arma de uso restrito, no caso um fuzil. No entanto, a ministra determinou a soltura do parlamentar sem pagamento de fiança.
Com a decisão, a Polícia Federal deve concluir a perícia nos telefones celulares de Trutis e Ciro. Os peritos também analisam as armas apreendidas em poder do parlamentar e seus aliados para encontrar a arma usada na simulação de um atentado em fevereiro do ano passado.
Inicialmente, Trutis acionou a PF para denunciar que tinha sido alvo de um atentado a tiros na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia. Ele contou que foi perseguido por uma caminhonete e acabou saindo ileso após reagir ao ataque.
No entanto, a investigação dos policiais federais concluiu que tudo não passou de uma farsa. Trutis e Fidelis teriam trafegado lentamente pela rodovia em busca de um local ermo e teriam simulado o atentado em uma estrada vicinal sem movimento. A PF usou o GPS do veículo locado pelo deputado para refazer o percurso e encontrar as cápsulas deflagradas no suposto atentado.
No recurso ao Supremo, o deputado aponta falhas na investigação da PF, que foi elogiada quando apurava denúncias de corrupção contra os adversários, e nega os crimes.