O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou Luiz Henrique Mandetta pelo atraso na compra de vacinas contra a covid-19. O ex-ministro da Saúde rebateu imediatamente e acusou o economista de ser “desonesto, mentiroso”. A troca de farpas entre os dois, que já foram aliados quando integravam a equipe de Jair Bolsonaro (sem partido), marcou a quarta-feira em Brasília.
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O tiroteio começou com Guedes em entrevista à CNN Brasil. “A entrega não está atrasada só agora, não. No primeiro dia, Mandetta saiu com R$ 5 bilhões no bolso. E desde aquela época que deveríamos comprar vacinas, não é mesmo? O dinheiro estava lá”, afirmou o ministro.
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O ataque do titular da Economia faz parte da reação do Governo aos ataques pelo atraso na compra de imunizantes contra a pandemia, que já causou 282 mil mortes no País. Bolsonaro vem sendo acusado de ter rejeitado as primeiras propostas de compra, como a feita pela Pfizer.
Mandetta foi demitido pelo presidente da República no dia 16 de abril do ano passado, quando ainda não havia vacina disponível para ser aplicada em seres humanos. De acordo com o portal Uol, as negociações só começaram em maio. As primeiras doses começaram a ser entregues em novembro do ano passado.
A reação do ex-ministro da Saúde, que tenta viabilizar sua candidatura a presidente pelo DEM, foi imediata. “Desonesto, mentiroso”, afirmou, em entrevista ao Uol. O ex-ministro confirmou a disponibilização de R$ 5 bilhões para o Ministério da Saúde. O dinheiro acabou sendo aplicado na compra de 15 mil leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e equipamentos de proteção individuais para os profissionais de saúde, como máscaras e álcool gel.
Ele também destacou que foram destinados recursos para o atendimento básico. “Mais postos de saúde, menos postos Ipiranga”, disse, recorrendo ao apelido dado a Guedes por Jair Bolsonaro ainda durante a campanha eleitoral em 2018.
Durante a gestão da pandemia, Mandetta acabou comprando briga com Bolsonaro. O ex-ministro sempre defendeu o uso de máscara e distanciamento social, recomendados pela ciência, para combater a pandemia. Em nome da preservação dos empregos e economia, o presidente da República sempre contestou publicamente as recomendações feitas pelo campo-grandense.