A licitação das obras de suporte à vida fracassou pela segunda vez e ameaça a conclusão do Aquário do Pantanal, que deve custar mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos estaduais. O maior desafio do Governo do Estado é justamente à parte que garante a permanência dos peixes vivos dentro dos aquários.
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As obras de cenografia e suporte à vida chegaram a ser executadab pela multinacional espanhola Fluidra do Brasil. No entanto, a empresa não terminou e acabou virando réu por improbidade administrativa. Junto com os sócios, o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, e o renomado arquiteto Ruy Ohtake, o grupo teve R$ 142 milhões bloqueados pela Justiça pelo suposto desvio de R$ 10,789 milhões.
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Desde que o vice-governador Murilo Zauith (DEM) assumiu a Secretaria de Infraestrutura, o Governo lançou vários editais para concluir o Aquário. A previsão era concluir o empreendimento até o fim deste ano.
No entanto, a vontade da gestão tucana esbarra justamente na obra considerada fundamental para o Aquário, a de suporte à vida. Orçada em R$ 6,8 milhões, a primeira licitação foi aberta em novembro e não atraiu nenhuma empresa.
Novo edital foi lançado e as propostas deveriam ser entregues no dia 28 de janeiro deste ano. No entanto, pela segunda vez, nenhuma empresa manifestou interesse e o certame fracassou pela segunda vez.
Novo edital foi publicado na quinta-feira (11) com previsão das propostas serem entregues no dia 12 de abril deste ano. Na pior das hipóteses, caso haja interessados, a licitação deverá ser concluída no final do primeiro semestre. As obras deverão começar a partir de julho. Como o edital prevê nove meses para a conclusão dos trabalhos, a conclusão só ocorrerá em 2022.
Agora, se a licitação fracassar pela 3ª vez, Reinaldo corre o risco de passar os oito anos de Governo sem concluir o Aquário. A conclusão da obra emblemática na Capital virou o maior desafio do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel. Ele deixou a Secretaria de Governo com a missão de ganhar musculatura eleitoral para se viabilizar como candidato a governador em 2022.
No entanto, o fracasso da obra de suporte a vida pode enterrar o sonho do PSDB de fazer o sucessor de Reinaldo Azambuja. Pelo menos oficialmente, o secretário não vê risco na monumental obra.
“A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de MS) informa que por se tratar de um serviço complexo e cheio de especificidades (Sistema de Suporte à Vida de um aquário de dimensões como o do Aquário do Pantanal) não há uma quantidade expressiva de empresas aptas/interessadas para execução do serviço. O Edital foi republicado hoje no DOE/MS nº 10.436, sem comprometimento dos prazos estipulados”, informou o Estado, em nota.
Já foram lançadas 12 licitações, apenas a do suporte à vida, o coração do Aquário do Pantanal, não atraiu nenhum interessado até o momento.