A segunda carreata contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pela alta dos tributos sobre a gasolina e pela redução do ICMS de 30% para 20% sobre a gasolina foi tímida, mas reuniu 46 veículos no início da noite desta sexta-feira (12) em Campo Grande. Organizado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e Nas Ruas de MS, a carreata foi pacífica e reuniu mais gente do que o movimento realizado no início de 2020.
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Esta é a segunda manifestação contra o governador pelo aumento do ICMS sobre a gasolina neste mês. Os motoristas de aplicativo fizeram o primeiro o protesto, que reuniu de 200 a mil veículos, conforme estimativa dos jornais, respectivamente, Campo Grande News e Midiamax.
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O tucano não deverá ter trégua, já que a 3ª carreata vai ocorrer na próxima quarta-feira (17). Motoristas de aplicativos convocaram o ato, que vai contar com o apoio do MBL e do movimento Nas Ruas de MS.
De acordo com Lucas Santos, do MBL-MS, a carreata reuniu 46 veículos e percorreu a Avenida Afonso Pena entre o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a sede do Ministério Público Federal. No percurso, ativistas gravaram gritos de guerra contra Reinaldo e os deputados estaduais.
“Pamonha! Pamonha! Pamonha! Deputado que não critica o aumento do ICMS é pamonha”, bradou. Outros coordenadores da mobilização anunciaram que vão postar nas redes sociais o alto salário pago a deputados estaduais, secretários estaduais e ao governador do Estado. Levantamento do jornal O Globo apontou que Reinaldo tem o maior salário entre os 27 governadores ao receber R$ 35,4 mil por mês.
Os veículos promoveram um grande buzinaço durante o protesto. O temor dos organizadores era de que a manifestação fosse cancelada devido à pandemia da covid-19. Aliás, o governador ensaiou antecipar o toque de recolher para as 20h para ontem, mas acabou cedendo a pressão do comércio e adotou a medida a partir de domingo (14).
https://www.facebook.com/nasruasdems/videos/1068263610329573/
Reinaldo vem sofrendo protestos porque elevou a alíquota do ICMS sobre a gasolina de 25% para 30% no início do ano passado. A medida foi aprovada por 15 dos 24 deputados estaduais. A alíquota é a 3ª maior do País, só atrás do Rio de Janeiro (34%), Minas Gerais (31%), Maranhã e Piauí (30,5%).
O contribuinte passou a sentir o peso dos tributos graças à política de preços da Petrobras, que promoveu seis reajustes e elevou o preço da gasolina nas refinarias em 54,3% apenas neste ano. O óleo diesel subiu quatro vezes e acumula alta de 41,3%.
No entanto, os movimentos decidiram poupar o Governo de Jair Bolsonaro (sem partido) do protesto e focaram apenas em Reinaldo. Durante o ato, alguns até fizeram protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve as condenações anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, e até gritaram que “nossa bandeira jamais será vermelha”, em alusão ao PT. À tarde, o Governo enfrentou protesto de empresários do setor de entretenimento e comerciantes contra o decreto que institui o toque de recolher das 20h às 5h a partir de domingo. Eles reclamam da medida para conter a covid-19 porque as consideram prejudicaiis para os negócios.