A Justiça adiou, a pedido, o interrogatório do senador Nelsinho Trad (PSD) na ação de improbidade administrativa pelo superfaturamento na compra de carne para a merenda da rede municipal de Campo Grande. Inicialmente, o ex-prefeito da Capital seria ouvido nesta sexta-feira (5), mas alegou compromissos e conseguiu o remarcar para às 14h do dia 26 de abril deste ano.
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Em despacho publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o juiz da 1º Vara Federal de Campo Grande, Lucas Medeiros Gomes, acatou o pedido do senador. “Diante da comprovação da impossibilidade de comparecimento do réu N.T.F. (Nelson Trad Filho) à audiência designada para amanhã, às 14h, defiro o pedido de redesignação para a colheita do depoimento pessoal do referido réu para o dia 26/04/2021, às 14h (horário de Mato Grosso do Sul; 15h, horário de Brasília), a ser realizada presencialmente na Sala de Audiências da 1ª Vara Federal de Campo Grande”, determinou o magistrado.
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Conforme denúncia do Ministério Público Federal, protocolada no dia 3 de fevereiro de 2015, houve superfaturamento de R$ 882.540 na compra de coxa e sobrecoxa de frango e carne bovina (em tiras e moída) para a merenda dos estudantes das escolas públicas da Capital. Além do desvio, cláusulas restritivas e direcionamento teriam beneficiado as empresas Embutidos Tradição e Safra Remix. O valor atualizado pela inflação oficial supera R$ 1,3 milhão.
Além de Nelsinho, a Justiça havia marcado para hoje o depoimento do ex-presidente da Comissão de Licitação da Prefeitura de Campo Grande, Bertholdo Figueiró Filho, do representante da Embutidos Tradição Eireli, Bruno Willian Monteiro Miranda, e da testemunha José Carlos dos Santos. Como o processo tramita em sigilo não foi possível confirmar se a audiência estava mantida para hoje.
O caso tramita há seis anos na 1ª Vara Federal de Campo Grande, que era presidida pelo juiz Renato Toniasso. Ele se aposentou no mês passado após 25 anos de trabalho na Justiça Federal.
Nelsinho foi alvo de outra denúncia, junto com mais quatro pessoas, que apontou o superfaturamento de produtos adquiridos e favorecer duas empresas. Neste caso, o prejuízo ao erário foi de R$ 370.676,07.
O MPF pediu a condenação dos acusados por improbidade administrativa, ao ressarcimento integral dos prejuízos e ao pagamento de indenização moral por valor equivalente pelos danos causados. Além de perda da função pública, Nelsinho pode ser condenados a ter os direitos políticos suspensos e não receber benefícios fiscais por 10 anos.