Um vídeo sobre os leitos estocados pelo Governo do Estado no Centro de Convenções Albano Franco viralizou como mau exemplo de combate à pandemia da covid-19 pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde não só confirmou a informação, como revelou que as camas foram compradas para serem usadas no hospital de campanha, que também custou uma fortuna, mas não funcionou no ano passado.
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Inicialmente, o Governo do Estado ressalta que a acusação não procede. “A informação propagada é falsa”, ressalta. Contudo, a própria nota contradiz a informação e confirma a presença de camas hospitalares estocadas sem uso no espaço para eventos da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).
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“O Centro de Convenções Albano Franco também serve de depósito das camas hospitalares que foram utilizadas, no ano passado, nos hospitais de campanha em Campo Grande (no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul – HRMS) e em Ponta Porã (Hospital Regional Dr. José de Simone Netto)”, admite a secretaria.
As unidades hospitalares estavam no hospital de campanha montado no pátio do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, que acabou sendo desativado sem receber pacientes com covid-19. Aliás, apesar do custo de mais de R$ 2 milhões, o Governo desativou as tendas e determinou a retirada dos contêineres no ápice da pandemia no ano passado.
“As duas estruturas foram desativadas ainda em 2020 e as camas hospitalares estão agora depositadas no espaço do Centro de Convenções, tendo em vista a judicialização do pagamento das mesmas que encontra-se em andamento”, informou o Governo, em nota, que poderá ser conferida na íntegra abaixo e neste link.
“Vale ressaltar, que camas hospitalares não são leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, explica a nota. Realmente, o Governo falhou na montagem da estrutura. O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, chegou a explicar que esperava doentes com sintomas leves, como a dengue. O gasto ocorreu apesar da informação, desde a descoberta do coronavírus, de que a doença exigiu leitos de UTI.
No vídeo, um homem mostra a imagem das camas empoeiradas no Centro de Convenções e destaca que se trata de Campo Grande. Em seguida, ele menciona que governadores estão adotando o lockdown em vários estados, enquanto leitos hospitalares destinados ao atendimento dos doentes com covid-19 estão empoeirados na Capital.
O vídeo reforça o argumento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que transformou a pandemia em guerra contra os governadores. Além de participar de eventos sem máscaras e minimizar as medidas de prevenção contra a doença, o presidente vem condenando as medidas de restrição adotada em algumas capitais e estados, como lockdown, para frear a segunda onda da pandemia.
Em Mato Grosso do Sul, Reinaldo e os prefeitos descartaram a suspensão de todas as atividades não consideradas essenciais e se limitaram a adotar o toque de recolher contra a covid-19.
A gestão tucana também vem ensaiando retomar as aulas presenciais a partir de abril, apesar do número de internações e mortes pela covid-19 bater recorde em Mato Grosso do Sul. Nesta semana, os estudantes estão sendo obrigados a comparecer, pelo menos, um dia nas escolas para participar de atividades de acolhimento.
“SES esclarece sobre materiais hospitalares no Centro de Convenções Albano Franco
Circula nas redes sociais, desde esta segunda-feira (1°), vídeo em que um homem acusa o Governo do Estado de deixar leitos hospitalares parados no Centro de Convenções Albano Franco, em Campo Grande. A informação propagada é falsa.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) esclarece que o local é utilizado como depósito para EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) adquiridos pelo Governo do Estado e também doados por empresas.
Gerido pela FIEMS (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), o espaço do centro de convenções foi doado pela instituição, que é parceira de trabalho do poder público no combate à Covid-19.
No local estão armazenados, por exemplo, aventais, máscaras, luvas e outros equipamentos que são destinados, à medida do necessário, para as demandas de hospitais e outras unidades de saúde, tanto da Capital quanto do interior.
Camas
O Centro de Convenções Albano Franco também serve de depósito das camas hospitalares que foram utilizadas, no ano passado, nos hospitais de campanha em Campo Grande (no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul – HRMS) e em Ponta Porã (Hospital Regional Dr. José de Simone Netto).
As duas estruturas foram desativadas ainda em 2020 e as camas hospitalares estão agora depositadas no espaço do Centro de Convenções, tendo em vista a judicialização do pagamento das mesmas que encontra-se em andamento.
Vale ressaltar, que camas hospitalares não são leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Para serem classificadas como leitos de UTI, as “camas” precisam de profissionais especializados que fazem a gestão e manuseio correto de pacientes. E neste momento da pandemia há dificuldades para contratação de pessoal capacitado para o trabalho na linha de frente.
A SES esclarece, ainda, que os recursos próprios do Estado, ou mesmo as transferências do governo federal, são utilizados de forma responsável e transparente, tanto que os repasses federais para tratamento da Covid-19 foram encaminhados aos municípios ou utilizados na compra de equipamentos para distribuição a unidades hospitalares no combate à Covid-19, tendo os valores ou aquisições sido amplamente divulgados por ocasião dos pagamentos.
Assessoria de Comunicação SES“