Dois desembargadores votaram, na tarde desta terça-feira (9), para manter o júri popular e restabelecer a prisão do empresário Jamil Name, 81 anos, pelo brutal assassinato do universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos. No entanto, o julgamento da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul foi adiado após pedido de vista do desembargador José Ale Ahmad Netto.
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Inicialmente, a defesa de Jamil Name Filho tentou adiar a análise do recurso da defesa e do Ministério Público Estadual. O herdeiro contratou mais dois advogados, Ercio Quaresma Firpe e Luiz Gustavo Battaglin Maciel, para reforçar a defesa no processo da execução do universitário. No entanto, o pedido foi rejeitado pelo relator, juiz Waldir Marques.
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Em seguida, o magistrado votou pela manutenção do júri popular de Jamil Name, Jamil Name Filho, do policial civil Vladenilson Daniel Olmedo e do guarda municipal Marcelo Rios. Ele rejeitou o pedido do MPE para levar a júri o hacker Eurico dos Santos Mota. O desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques acompanhou o relator.
Os dois desembargadores também acataram o pedido do MPE para restabelecer a prisão preventiva do octogenário pela execução do jovem. No ano passado, ao pronunciar os réus pelo crime, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, substituiu a prisão preventiva pela domiciliar devido à idade avançada e aos problemas de saúde do empresário.
A procuradora Sara Francisco Silva alegou que Jamil Name não poderia ficar livre da prisão pelo crime e por responder a outras acusações, como de chefiar organização criminosa, corrupção passiva, porte ilegal de arma de fogo e por ser dono de um arsenal de guerra.
A defesa de Jamil Name alegou que houve o reconhecimento de provas ilícitas e pediu a desconsideração do depoimento de Eliane Benitez Batalha dos Santos, esposa de Marcelo Rios. Ela teria mudado a versão em juízo, contrariando depoimento gravado no Garras e usado como prova da participação dos réus no homicídio de Matheus.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Jamil Name e o filho deram a ordem para executar o capitão da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier, o PX. Ele teria traído o grupo ao negociar uma propriedade rural do reverendo Moon com um pecuarista de São Paulo.
No entanto, os pistoleiros, que seriam Juanil Lima Miranda e José Moreira Freires, erraram o alvo e mataram o estudante no lugar do pai. Após o crime, conforme o policial, ele foi convocado para falar com Jamil Name Filho, que lhe ordenou para deixar a Capital por alguns anos.
Somente com a conclusão o julgamento pela 2ª Câmara Criminal, o juiz Aluizio Pereira dos Santos poderá marcar, de novo, o júri popular, o primeiro na história de Jamil Name. Ele já virou réu por mais dois homicídios, do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, e do empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão.