O batalhão de 14 advogados não foi considerado suficiente pelo governador de Mato Grosso do Sul, denunciado por receber R$ 67,791 milhões em propinas da JBS e por três crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Neste mês, Reinaldo Azambuja (PSDB) contratou o 15º advogado, Renato Cardoso de Almeida Andrade, do Paraná e defensor de réu na Operação Lava Jato.
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Na semana passada, Andrade se juntou a equipe composto pelos mais renomados e caros advogados no País. O mais balado era o subprocurador-geral da República aposentado Juarez Estevam Xavier Tavares, com participação em 45 obras e professor de universidades no exterior.
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O outro é Cleber Lopes de Oliveira, do Distrito Federal, que fez a defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira, de Goiás, e teve entre os sócios Paulo Sérgio Hilário Vaz, filho da ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministra Laurita Vaz.
De Mato Grosso do Sul, a equipe é composta por Gustavo Passarelli da Silva, um dos principais representantes do agronegócio e também responsável pela defesa do deputado estadual Jamilson Name (sem partido), primeiro a frequentar a Assembleia Legislativa de tornozeleira eletrônica.
No total, 14 advogados atuavam na defesa do governador na Corte Especial do STJ. O 15º integrante é presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/PR (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Paraná) e foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral.
Andrade é professor e especialista em advocacia contenciosa, direito público e na defesa de agentes públicos em ações por improbidade administrativa. Ele já foi defensor do ex-governador e ex-senador Roberto Requião (MDB).
Ele também é advogado de João Criminazzo Neto, diretor da Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR-PR), preso na Operação Integração II, denominação da 55ª fase da Lava Jato. O dirigente é acusado de arrecadar propina para pagar os deputados estaduais paranaenses e sepultar a CPI do Pedágio.
O reforço na defesa mostra que a situação do tucano não vai ser fácil na Corte Especial do STJ. Caso os ministros aceitem a denúncia feita em outubro do ano passado pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, o governador pode ser afastado do cargo por 180 dias ou até o julgamento da Ação Penal 980.
Além de Reinaldo, o MPF denunciou o conselheiro Márcio Monteiro, do Tribunal de Contas, o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Zé Teixeira (DEM), o advogado Rodrigo Souza e Silva, os poderosos empresários João Roberto Baird e Antônio Celso Cortez, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), entre outros.
No momento, o processo está na fase de apresentação da defesa prévia. O ministro Felix Fischer, relator da Operação Vostok, deu 10 dias para os acusados se manifestarem sobre a denúncia do MPF.
Reinaldo quer transferir a denúncia do STJ para a primeira instância da justiça estadual de Mato Grosso do Sul porque os supostos crimes teriam sido cometidos no primeiro mandato. Aliás, a reeleição dele foi um dos argumentos usados pelo presidente da Assembleia, Paulo Corrêa (PSDB), para rejeitar o pedido de impeachment do tucano.