A gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) já prevê gastar mais de R$ 50 milhões para concluir o Aquário do Pantanal, 50% acima do previsto pelo antecessor, André Puccinelli (MDB). Com 12 licitações, o custo total da polêmica obra deverá superar R$ 300 milhões até a conclusão, que poderá ocorrer apenas em 2022.
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Outra novidade é a possibilidade da Construtora Maksoud Rahe – responsável pela construção da mansão cinematográfica do ex-secretário de Obras, Edson Giroto – ser contratada para concluir as obras civis do Centro de Pesquisas e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira. A empresa disputa o edital de R$ 20 milhões com a PGC Engenharia, de Curitiba (PR).
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A Maksoud Rahe chegou a ser contratada sem licitação por Reinaldo para concluir o Aquário no início de 2018. No entanto, a Justiça suspendeu a contratação direta e determinou a realização de licitação. Na época, a construtora receberia R$ 27,569 milhões.
Além das obras da parte civil, o Governo relançou o edital para a conclusão o suporte à vida em decorrência do fracasso da licitação feita em dezembro passado. O edital prevê R$ 6,695 milhões para a conclusão do sistema para manter os peixes vivos nos aquários. A licitação será aberta no dia 1º de março.
O outro edital, o penúltimo conforme o Governo, foi lançado nesta semana e prevê R$ 7,380 milhões para a conclusão das instalações elétricas. O edital prevê um ano de trabalho. Isso significa que o Aquário só deverá ser concluído no final do primeiro semestre de 2022, apesar da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) manter o prazo de conclusão para o fim deste ano.
O Governo estadual informou que das 12 frentes de trabalhos existentes, 11 já foram licitadas e alguns serviços até concluídos, como a substituição dos vidros e a cobertura metálica. O revestimento composto, as monocapas, está na fase de conclusão.
Ao anunciar a retomada das obras do Aquário do Pantanal, o então secretário estadual de Infraestrutura, vice-governador Murilo Zauiht (DEM), evitou falar em valores. Considerando-se o valor oficial divulgado pela Agesul e mais os editais em andamento, a obra poderá somar R$ 51,484 milhões, sem considerar eventuais descontos e termos aditivos.
O valor será 50% superior ao previsto por Puccinelli no final de dezembro de 2014. Ao deixar o Governo e temendo a suspensão da obra por Reinaldo, o emedebista aprovou lei na Assembleia Legislativa destinando R$ 34,2 milhões de compensação ambiental para a conclusão do Aquário do Pantanal.
Reinaldo manteve a obra parada por três anos. Um dos motivos foi a Operação Lama Asfáltica, deflagrada em julho de 2015 pela Polícia Federal, que também revelou superfaturamento, desvios e fraude na licitação do polêmico centro de pesquisa.
Ao tentar retomá-la, no final de 2017, o tucano obteve um acordo com o Tribunal de Contas e o Ministério Público para concluí-la sem realizar nova licitação. Ele contratou duas empresas, entre as quais a Maksoud Rahe, para concluir o elefante branco. No entanto, a Justiça acabou atendendo pedido do promotor Marcos Alex Vera de Oliveira e determinou a realização de nova licitação.
Com o acréscimo de R$ 51,4 milhões, sem considerar a última licitação a ser lançado, o custo total do polêmico Aquário poderá superar R$ 300 milhões. O custo inicial era de R$ 84 milhões.