O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deve autorizar a cobrança de pedágio na MS-306 a partir do dia 1º de março deste ano. Só que a rodovia está tomada por buracos entre Chapadão do Sul e Costa, onde os usuários da via vão pagar R$ 10 a cada 100 quilômetros para o Consórcio Way 306, vencedor da primeira concessão realizada pelo Governo do Estado.
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No final do mês passado, o jornalista e radialista Sadib de Oliveira, gravou vídeo mostrando a situação da MS-306. Parece mentira, mas não é: a praça de pedágio está quase pronta, mas a estrada permanece tomada por buracos. “Olha a situação da rodovia que eles querem cobrar pedágio, dá uma olhada, para você, ver”, relata.
“Já estão prontos para cobrar pedágio”, espanta, mostrando a obra para iniciar a cobrança da tarifa de R$ 10. O valor é 82% maior que o cobrado pela CCR MS Via na BR-163, que só teve 18 meses após a licitação, a duplicação de 10% da via e a realização de obras de manutenção.
Reinaldo decidiu repassar a rodovia estadual para a iniciativa privada, mas sem exigir melhorias para autorizar a cobrança. O valor inicial era de R$ 8,71, mas sofreu reajuste de 14,81% dois meses após a conclusão do certame. O Governo decidiu calcular a inflação dos últimos dois anos.
“Gente é um absurdo o que está acontecendo”, lamenta o radialista. “Espero que alguém esteja fiscalizando”, criticou. Em vídeo de mais de cinco minutos, Sadib ressaltou que a prioridade foi construir a guarita. “Você não consegue andar sem balançar tudo”, comentou.
O problema também foi relatado ao Campo Grande News pelo gerente de produção da algodoeira Cacil Cotton, Jeferson Luiz Gontili. “Eles recapearam corretamente a rodovia e ficou bom, porém a chuvarada fez ter buraco de novo e está com várias panelas. Essa rodovia é importante, necessitamos bastante dela aqui e a mal conservação dela implica em maior gasto com manutenção dos caminhões. Gera prejuízo”, lamentou.
Também ao site da Capital, Lenir Bento, gerente administrativa da Fazenda Indaiá, disse que houve melhora, ainda há muito a melhorar. “Esses problemas resultam em perda de pneus, acidentes, perdemos parte da produção. Tudo isso gera prejuízos e encarece os custos”, disse Lenir, sobre os transtornos causados pela via em péssimas condições.
A situação de abandono também é registrada em rodovias que não foram privatizadas, mas deveriam ser mantidas com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento Rodoviário de Mato Grosso do Sul). Reinaldo elevou a taxa do fundo em 71% em novembro de 2019, mas não repassou ao produtor benfeitorias em troca do aumento do tributo.
Motoristas relataram a precariedade de rodovias como a MS-436, entre Camapuã e Figueirão. Os buracos foram causa de acidente com morte nas MS-162 e MS-157, entre Sidrolândia, Maracaju e Itaporã.
O abandono também se repete na MS-156, rodovia que foi totalmente recapeada entre Ponta Porã e Mundo Novo no último ano da gestão de André Puccinelli (MDB). Sem manutenção, a via se transformou em pesadelo dos motoristas devido a buraqueira.
O Governo do Estado informou que está concluindo a licitação para retomar o trabalho de manutenção e recuperação das rodovias estaduais.