Em mudança de estratégia na disputa pela presidência do Senado, a senadora Simone Tebet (MDB) decidiu atacar o presidente da República e se apresentar como independente ao lado do deputado federal Baleia Rossi. A emedebista acusou Jair Bolsonaro (sem partido) de “machista” e de ter “arroubos autoritários”. Os dois se uniram para conquistar o comando da Câmara e do Senado.
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Inicialmente, a senadora declarou ser “simpática” ao Governo de Bolsonaro. No entanto, a ofensiva do Palácio do Planalto para rachar o MDB e força-la a retirar a candidatura, fizeram Simone mudar de lado e se apresentar como independente. (veja matéria da Folha de São Paulo)
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De acordo com o jornal Folha de São Paulo, houve a distribuição de nota conjunta de Tebet e Rossi com duras críticas ao capitão. “Numa semana de sucessivas notícias ruins para Bolsonaro, Baleia Rossi e Simone Tebet unificam o discurso dos candidatos independentes, fazendo com que as bancadas do MDB da Câmara e do Senado atuam juntos a partir de agora”, começou a nota, com aviso ao Governo.
Em seguida, os emedebistas destilam os ataques contra o presidente da República. “A avaliação feita pelos candidatos é de que a derrota do Planalto na guerra das vacinas contra o governador João Doria (de São Paulo), o recibo passado pelo ministro (Eduardo) Pazuello, o barulho das redes e ruas, além dos arroubos autoritários e machistas de Bolsonaro, aumentaram as perspectivas de o MDB reconquistar as duas Casas do Legislativo, como nos seus áureos tempos “, afirmaram.
“Definitivamente, os ventos mudaram no Congresso Nacional. Pode-se dizer que Bolsonaro virou o maior cabo eleitoral dos candidatos independentes, cada vez que ele abre a boca, Simone Tebet e Baleia Rossi conquistam novos votos”, concluem, deixando claro a guerra contra os candidatos do presidente, que são Arthur Lira (PP) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM), no Senado.
A mudança de postura de Simone pode fazer a senadora perder pontos entre os defensores da Lava Jato, que ainda mantêm apoio a Jair Bolsonaro. Por outro lado, o grupo fica sem candidato, já que Pacheco conta com o apoio do PT graças ao compromisso de não priorizar a votação da prisão em segunda instância.
A sul-mato-grossense conta com 28 votos declarados até o momento. Para vencer a disputa, ela precisa conquistar mais 13 votos. O adversário já conta com maioria para vencer a disputa, de 44 a 46 senadores.
Outro complicador para Simone é a manutenção das candidaturas de Major Olímpio (PSL), de São Paulo, e de Jorge Kajuru (Cidadania), de Goiás. Os dois integram o Movimento Muda Senado, que simpatiza com a emedebista, mas chega rachado na eleição da presidência do Senado.
A manutenção da candidatura de Olímpio pode tirar os votos do próprio senador e de Soraya Thronicke (PSL), os dois parlamentares da sigla. Além disso, a senadora fica sem um voto do Cidadania.
Não é a primeira vez que o MDB muda de postura em relação ao Governo. O partido apoiou a reeleição de Dilma Rousseff (PT), mas acabou mudando de lado e liderando o impeachment da petista.