A Justiça estadual deve retomar em abril deste ano o julgamento do ex-deputado federal Edson Giroto e João Amorim por improbidade administrativa pelo desvio de R$ 9,8 milhões. O processo deve entrar na fase final e pode resultar na primeira sentença do poderoso empresário, dono da Proteco Construções, que ainda conseguiu ter êxito em todas as estratégias para postergar ao máximo o desfecho da Operação Lama Asfáltica.
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Conforme despacho do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, no dia 13 de abril, a partir das 14h, serão ouvidas duas testemunhas de acusação: Edivaldo Merísio e Arsil Garcez. Em seguida, o magistrado marcará a data para ouvir os depoimentos das testemunhas de defesa.
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Os réus foram ouvidos nos meses de janeiro e fevereiro do ano passado, como a ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova, João Afif Jorge, Rômulo Tadeu Menossi, Wilson Roberto de Oliveira Mariano, o Beto Mariano, Wilson César Papinelli, Joel Fernando Andreassi, Donizeti Rodrigues, Elza Cristina Araújo dos Santos e Éolo Genovês Ferrari.
Conforme a Força-Tarefa do Ministério Público Estadual, eles integravam organização criminosa que teria desviado R$ 9,840 milhões na manutenção das rodovias MS-270, MS-444 e MS-443. Além da devolução do prejuízo, os promotores pedem o pagamento de indenização por danos morais e multa civil, que totalizam R$ 127,9 milhões.
O julgamento estava previsto para ser concluído em março do ano passado. No entanto, devido à pandemia da covid-19, o juiz David de Oliveira Gomes Filho suspendeu todas as audiências. Somente em abril, por meio de audiências online, o magistrado decidiu retomar os julgamentos em abril.
Giroto e Beto Mariano já foram condenados por enriquecimento ilícito pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho por não comprovarem investimentos feitos na compra de fazendas, apartamentos, lotes e mansão em residencial de luxo.
No entanto, João Amorim tem conseguido adiar os julgamentos. Com uma banca de advogados famosa, ele conseguiu transferir a denúncia da Operação Aviões de Lama para a Justiça estadual logo após a apresentação das alegações finais na 3ª Vara Federal de Campo Grande.
Os réus apelaram a todos os meios para desmoralizar a denúncia do MPE e a investigação da Polícia Federal na Operação Lama Asfáltica, que completará seis anos em julho deste ano. A última fase foi deflagrada em novembro do ano passado, a Motor de Lama, quando chegou no advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governado Reinaldo Azambuja (PSDB).