Com a entrega de 158.760 doses, suficiente para cobrir 22% do público alvo da primeira fase, e em clima de campanha eleitoral, Mato Grosso do Sul inicia, nesta segunda-feira (18), a campanha vacinação contra a covid-19. O mais importante, diante de 150.944 casos confirmados e 2.686 mortes, é o início de uma nova fase da pandemia, a maior em um século, a de boas notícias.
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Após o fracasso da viagem para buscar 2 milhões de doses na Índia, o Ministério da Saúde requisitou as seis milhões de doses da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e a incluiu no plano nacional de imunização. Inicialmente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pretendia vender parte da vacina para os estados e municípios.
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Graças ao aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Brasil começou, neste domingo, com a aplicação da vacina na enfermeira Mônica Calazans, de São Paulo, a imunização contra a doença. Cerca de 28 milhões de pessoas já foram imunizadas em mais de 50 países.
Tudo referente a vacina se transformou em oportunidade de marketing para os governantes. Em SP, Doria acompanhou a aplicação da vacina para marcar ponto na disputa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de olho na sucessão presidencial em 2022.
Em Mato Grosso do Sul, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, também decidiu aproveitar o capital político da Coronavac. Ele deixou se fotografar embarcando no avião do Governo do Estado para buscar a vacina em São Paulo.
A Coronavac, em meio a toda a polêmica sobre a eficácia de 50,38% e de ter sido produzida em parceria com a China, representa, no momento, a principal esperança do brasileiro se proteger contra a pandemia. Até o momento, o noticiário era todo focado no número de doentes, falta de leitos em UTI e de mortes causadas pela covid-19.
A chegada da vacina começa a virar o disco sobre a pandemia. No entanto, a cobertura vacinal ideal ainda vai demorar, principalmente, pela falta de produto para atender todo mundo. Nesta segunda-feira, segundo o Ministério da Saúde, MS receberá 158.760 doses – suficiente para atender apenas 22% dos 713.296 sul-mato-grossenses que compõem o público alvo da primeira fase: profissionais de saúde, pessoas com mais de 75 anos, indígenas e residentes em asilos com mais de 60 anos.
A primeira leva de doses do Instituto Butantan deverá contemplar 2.966 moradores em instituições, 26.356 profissionais de saúde, 46.180 índios e 95 pessoas com deficiência institucionalizada.
De acordo com o Campo Grande News, os primeiros a serem imunizados na Capital serão um enfermeiro do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, referência no tratamento da covid-19, um morador do Asilo São João Bosco e um profissional de saúde indígena.
Além de Campo Grande, haverá a distribuição das doses para os 78 municípios do interior. Para agilizar, o Governo do Estado vai contar com o apoio da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil na logística para não atrasar a imunização.
“Entendo que não há nenhuma outra tarefa mais urgente do que esta: imunizar o mais rápido possível toda a população para a retomada da economia e, principalmente, para salvar vidas”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Além da Coronavac, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, ainda tem esperanças de conseguir mais 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, da Índia. O governo indiano só deverá disponibilizar a exportação das doses quando obter boa cobertura da própria população. Os indianos também começaram a ser imunizados ontem.