Megacarreata a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) percorreu as principais avenidas e ruas de Campo Grande no final da manhã deste domingo (17). Organizado nas redes sociais, o movimento ganhou força após a falta de oxigênio causar dezenas de mortes no Amazonas e do Brasil contabilizar 209 mil óbitos pela doença.
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A mobilização reuniu aproximadamente 450 veículos, conforme estimativa dos organizadores do protesto. “Este é o primeiro de muitas carreatas e panelaços que serão organizadas em Campo Grande e Mato Grosso do Sul”, prometem os organizadores. “Este movimento já é um sucesso. Ou derrotamos Bolsonaro nas ruas ou mais vidas brasileiras serão ceifadas. Dia D para começarmos a derrubada do Covarde-17”, pontuaram.
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A concentração começou às 10h da manhã em frente a Cidade do Natal, nos altos da Avenida Afonso Pena. Desde o início da convocação, a organização destacou a importância de se adotar as medidas de prevenção da covid-19, como uso de máscara, higienizar as mãos com álcool gel e restringir ao máximo a ocupação dos veículos. A carreata desviou dos locais das provas do Enem, já que o exame começava no mesmo horário, e percorreu as vias centrais.
O grupo levou cartazes e gritos de guerra contra o presidente, como “fora Bolsonaro”, “fora genocida”, “em defesa da vida e do emprego”, “fora lixo”, “impeachment já – vida”, “fora bozo”, entre outros gritos de guerra contra o atual presidente da República.
“Hoje será um dia histórico e crucial para a vida nacional, onde milhares de pessoas pelo Brasil afora estarão iniciando uma dura travessia para recuperar a dignidade, a esperança, o direito à vida e a democracia com todas as suas contradições, porém, a democracia sempre”, postou um dos participantes.
Os participantes da carreata também exibiram a bandeira do Brasil, que tinha se tornado um dos símbolos contra a esquerda e a favor de Bolsonaro. Pela primeira vez, o verde e amarelo passou a ser ostensivamente usado por um movimento contra o atual presidente.
““Hoje vai ter luta! Não uma luta qualquer, mas a luta contra o governo mais nefasto da história do Brasil, tanto quanto foram aqueles nos ‘Anos de Chumbo’ durante a ditadura militar”, afirmou um dos organizadores.
“Hoje, ironicamente, dia 17, começaremos a derrubada deste governo tirano de Bolsonaro, facínora cruel, miliciano organizado em gabinete, assassino cruel e gélido, que desdenhou da maior crise sanitária da humanidade em mais de um século, chamando a Civid-19 de gripizinha, negando a ciência, incentivando a aglomeração, desprezando a dor do povo brasileiro enquanto perdemos nossos entes queridos, amores de famílias e amigos”, pontuou André Lage.
“Estamos presenciando o maior genocídio brasileiro desde a dizimação de nossos índios com a invasão portuguesa a partir de 1500. O povo brasileiro não respira”, afirmou.
Para o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que participou do ato, a carreata foi bastante expressiva e reflete a indignação de muitos brasileiros com o descaso do Governo federal em relação a pandemia. Ele destacou também que reflete o protesto contra o sucateamento dos órgãos públicos.
A manifestação ganhou força na semana após um dos maiores colapsos no sistema público de saúde do País. Em Manaus, capital do Amazonas, faltou oxigênio para atender os pacientes internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e dezenas teriam morrido asfixiado por falta do produto. O problema causou comoção mundial.
Bolsonaro também não conseguiu ter êxito na importação de vacina contra a covid-19 da Índia. Um avião chegou a ser anunciado para buscar 2 milhões de doses, mas a viagem acabou cancelada porque o governo indiano anunciou que não dispõe de condições de fornecer a vacina no momento.
Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, 8,456 milhões de brasileiros contraíram a covid-19 e 209.350 morreram. Em Mato Grosso do Sul, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, foram 150.498 casos confirmados (mais de 5% da população sul-mato-grossense) e 2.674 óbitos.