Caso Simone Tebet (MDB) não empolgue os senadores e não se torne competitiva para derrotar Rodrigo Pacheco (DEM), de Minas Gerais, ela pode ser obrigada a desistir da presidência do Senado. Caciques do MDB querem evitar desgaste desnecessário com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Com a confirmação da candidatura na bancada do MDB, Simone tinha a perspectiva de chegar ao fim de semana com o apoio de 36 senadores. No entanto, o racha no Podemos e PSDB frustrou a sul-mato-grossense. Dos sete tucanos, apenas três declararam apoio. No Podemos, dos nove senadores, dois anunciaram apoio ao democrata.
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Primeira mulher a disputar a presidência do Senado, um fato histórico, ela não conseguiu unir nem a própria bancada. No MDB, o senador Luiz Carlos do Carmo, de Goiás, anunciou que votará em Pacheco a pedido do governador Ronaldo Caiado (DEM). Há rumores de que quatro emedebistas podem trair a senadora.
De acordo com o jornal O Globo, caciques da sigla abandonaram a candidatura de Simone. Renan Calheiros, de Alagoas, e Fernando Bezerra Coelho, de Pernambuco, não manifestaram apoio público a colega de partido. O MDB é líder do Governo Bolsonaro no Congresso e no Senado.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo deste sábado, o senador Dario Berger (MDB), de Santa Catarina, confirmou os boatos. “Eu ouvi esses rumores (de prazo para decolar), mas são conversas que uma eleição provoca, tanto de um lado como do outro”, afirmou o emedebista, tido como próximo de Tebet.
“MDB, em peso, unido em torno da candidatura de Simone à presidência do Senado. O Brasil precisa de uma liderança independente, firme e equilibrada no comando do legislativo”, rebateu o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, do Amazonas.
Pacheco já contaria com 44 votos na disputa, número suficiente para vencer a disputa. Ele conta com o apoio de Bolsonaro e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Apesar dos esforços, Simone só tem o apoio de 28 senadores. Ela esperava terminar a semana com o apoio de 36.
A situação da senadora é dramática. Ela não conseguiu nem o voto dos senadores de Mato Grosso do Sul. Nelsinho Trad (PSD) já anunciou que votará no adversário da emedebista. Soraya Thronicke (PSL) ainda não anunciou.
Sem os votos necessários, o MDB estuda retirar a candidatura de Simone Tebet. O risco é a sul-mato-grossense nem fazer história, já que nunca uma mulher disputou o comando do Congresso Nacional.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone defendeu a prorrogação do auxílio emergencial durante o agravamento da pandemia. Ela também teria se comprometido a não colocar em votação do projeto da prisão em segunda instância para ter o apoio unânime da bancada, considerando a preocupação de alguns caciques com a fila de inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
A senadora pretende repetir a trajetória do pai, Ramez Tebet (MDB), que foi prefeito de Três Lagoas, vice-governador do Estado, governador e presidente do Senado. Caso consiga ser eleita presidente do Congresso, ela ganha força para ser candidata a governadora do Estado ou disputar a reeleição em 2022.