Preso no Presídio Federal de Mossoró, o narcotraficante Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, foi condenado a oito anos de prisão em regime fechado por usar 14 laranjas, entre pessoas e empresas, para lavar o dinheiro do tráfico internacional de drogas. Esta é a 5ª condenação, conforme sentença da juíza substituta da 3ª Vara Federal, Júlia Cavalcante Silva Barbosa, publicada no Diário Oficial desta terça-feira (1º).
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Com uma carreira de crimes cometidos desde 2005, Galã foi denunciado por lavagem de dinheiro usando pessoas em Mato Grosso do Sul e no Paraná para lavar e enviar dinheiro do tráfico para o Paraguai. Ele usava a mesma modalidade usada pelos investigados na Operação Lama Asfáltica, o sistema conhecido como dólar-cabo.
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Em outro despacho, o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, também da 3ª Vara, manteve a prisão preventiva de Galã. Ele não poderá recorrer em liberdade contra a sentença. A decisão do magistrado atende a Lei Anticrimes, aprovada pelo Congresso em 2019, que obriga a revisão do encarceramento dos bandidos a cada 90 dias.
Esta será a quinta condenação de Galã. Em 2005, ele foi condenado por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo a quatro anos de reclusão. Esta foi a primeira sentença do criminoso.
Em 2012, em São José dos Campos, ele acabou preso junto com integrantes do Comando Vermelho usando documento falso em nome do seu irmão, Oliver Giovani da Silva. Ele acabou sendo condenado pela segunda vez a dois anos e quatro meses.
A terceira sentença é da Justiça Federal de Ponta Porã, que o condenou a 19 anos e 20 dias por tráfico internacional de drogas, porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso, o mesmo apreendido no interior de São Paulo.
Em fevereiro de 2018, ele foi preso, de novo, em Ipanema, um dos endereços mais badalados do Rio de Janeiro, com carteira de motorista em nome falso. Além de resultar em nova sentença, que o condenou a 10 anos de prisão, esta detenção levou a revelação do uso de laranjas por Galã para lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas.
Esta investigação levou à denúncia do Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro no ano passado e a 5ª sentença na carreira do bandido, publicada nesta terça-feira. A magistrada considerou, no cálculo da pena, o histórico de Elton Leonel pelas prisões no País. Ele poderá recorrer contra a condenação ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região.