Com a licitação das obras de suporte à vida, que teriam sido superfaturadas em 190% na gestão de André Puccinelli (MDB), o Governo do Estado já contabiliza gasto extra de R$ 24,281 milhões com a conclusão do Aquário do Pantanal. A expectativa é de que os peixes comecem a povoar os tanques em 2021, dez anos após o lançamento do empreendimento, que se transformou no monumento à corrupção e desperdício do dinheiro público.
[adrotate group=”3″]
Apesar da abertura da penúltima licitação estar prevista para o dia 18 de dezembro deste ano e a obra ter duração de 270 dias (nove meses), a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) projeto concluir a obra no final do próximo ano. A inauguração ainda vai depender da conclusão da parte operacional, que caberá ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente) e à Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento Econômico).
Veja mais:
MPE contesta laudo e insiste que suporte à vida do Aquário foi 190% acima do valor previsto
Custo do Aquário do Pantanal foi 147% maior que o do Rio, aponta perícia judicial
CGU aponta nove “pecados capitais” que o TCE não viu no Aquário do Pantanal
Projeto malfeito permite desvios, promotor pede nova licitação e mela pacto para concluir Aquário
Projetado para custar R$ 84 milhões, o Aquário já teria consumido mais de R$ 230 milhões. Investigação da Polícia Federal, na Operação Lama Asfáltica, apontou superfaturamento, desvio de dinheiro público e a substituição da vencedora da licitação, Egelte Engenharia, pela Proteco Construções, de João Amorim.
Após deixar a obra parada por três anos, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tentou concluí-la sem licitação, contratando diretamente a Maksoud Rahe Construtora, que fez a mansão cinematográfica de Edson Giroto. No entanto, a manobra foi invalidada pela Justiça.
O vice-governador Murilo Zauith (DEM), nomeado secretário estadual de Infraestrutura em 2019, retomou o projeto e prometeu licitar a conclusão. No entanto, o democrata acabou mordendo a língua ao prometer concluir o Aquário neste ano.
Nesta terça-feira (17), o Governo lançou o edital da licitação das obras de suporte à vida, orçadas em R$ 6,873 milhões. A abertura das propostas está prevista para o dia 18 de dezembro deste ano.
As obras de suporte à vida seriam executadas pela Fluidra Brasil, contatada sem licitação. De acordo com o MPE, a obra deveria custar R$ 8,649 milhões, mas o Governo acabou pagando R$ 25,087 milhões pela filial brasileira do grupo espanhol. A empresa chegou a alegar que mais de 80% da obra estava concluída. A Justiça chegou a bloquear R$ 140 milhões dos envolvidos, inclusive do renomado arquiteto Ruy Ohtake.
No entanto, sem considerar a cenografia, a conclusão do suporte à vida vai custar mais R$ 6,873 milhões aos cofres públicos. Mesmo faltando a última licitação, das obras civil e elétrica, o coordenador da obra do Aquário, Gamaliel de Oliveira Jurumenha, está otimista de que o Aquário do Pantanal fica pronto até o final de 2021.
Ele contou que há esforço da Agesul para começar a colocar os primeiros peixes nos tanques ainda em 2021. Ou seja, dez anos após o início do polêmico projeto por André Puccinelli, o Aquário do Pantanal começará a se tornar realidade ao ser povoado pelos peixes da planície sul-mato-grossense.
O gasto extra até o momento inclui as licitações para conclusão da cobertura metálica, forro de monocapa, vidros, impermeabilização dos tanques, climatização e cenografia. Murilo sempre ressaltou que o Aquário pode impulsionar o turismo regional.
A inauguração do Aquário não deverá acabar com as denúncias de corrupção contra os envolvidos, já que as ações de improbidade e criminais continuam tramitando nas varas estaduais e federais da Justiça sul-mato-grossense.
Por enquanto, o custo total do projeto supera R$ 254 milhões. Após desembolsar essa quantia pelo projeto, o Governo repassará a gestão do Aquário para a empresa Cataratas do Iguaçu, contratada ainda na gestão de Puccinelli.