A onda bolsonarista de 2018 não se repetiu nas eleições deste ano em Mato Grosso do Sul. Sem provocar o mesmo encanto, Jair Bolsonaro (sem partido) pediu votos para duas candidatas a vereadora, que acabaram não sendo eleitas. Não foram as únicas. Candidatos que usaram foto do presidente também fracassaram nas urnas.
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Preso na quinta-feira (12) na Operação Tracker da Polícia Federal, o deputado federal Loester Trutis (PSL) foi outro que perdeu o encanto. O empresário Ciro Fidelis (PSL), que teve apoio explícito do polêmico parlamentar, teve uma votação pífia na Capital ao conquistar apenas 684 votos.
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Nem a polêmica dona de casa Juliana Gaioso (PSL), que postou fotografia com a imagem de Nossa Senhora Aparecida em uma mão e uma pistola em outra, conseguiu sair vitoriosa das urnas no domingo. Nem a utilização da fotografia de Bolsonaro nas redes sociais foi suficiente para garantir a sua eleição, já que teve apenas 744 votos.
Outro que abusou da imagem do presidente foi o empresário Rafael Tavares (Republicanos). Mesmo integrante a coligação que apoiou a reeleição de Marquinhos Trad (PSD), reeleito no primeiro turno com 52,58% dos votos, o candidato pregava que quebraria o sistema. Ele chegou a assumir compromisso em cartório de não usar o dinheiro público com gasolina e marketing.
No entanto, a nova política e a postura bolsonarista de Rafael não encantou o eleitorado. Mesmo sendo bem votado, com 3.403 votos, ele acabou perdendo a vaga para os atuais vereadores, Gilmar da Cruz, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, e Betinho, ambos do Republicanos.
Mais sorte teve a subtenente Edilaine (DEM), que teve declaração pública de voto da ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, e do próprio Bolsonaro. No entanto, a live do presidente acabou não repercutindo como no passado, quando a onda bolsonarista elegeu a senadora Soraya Thronicke, dos deputados federais Loester Trutis e Dr. Luiz Ovando e os deputados Capitão Contar e Coronel David. O militar do Exército foi o deputado mais votado em 2018.
Edilaine teve 1.932 votos, sendo a quinta mais votada no DEM, atrás dos dois eleitos, Professor Riverton e Silvio Pitu. Ela perdeu até para o vereador Dr. Cury.
Outra que teve pedido de voto de Bolsonaro, Solange Lopes (Patri), mas acabou não eleita em Dourados. Conforme o Tribunal Regional Eleitoral, ela teve 607 votos.
No País, dos 10 candidatos a prefeito apoiados publicamente pelo presidente da República, 10 perderam a eleição no primeiro turno. Mesmo com declarações constantes de Bolsonaro, Celso Russomano (Republicanos) derreteu em São Paulo e ficou fora do segundo turno.
No Rio de Janeiro, Bolsonaro teve mais sorte, já que o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) passou para o segundo e vai desafiar o favoritismo do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM).