Na eleição mais atípica da história, com distanciamento social e no meio da maior pandemia em 100 anos, 612.487 eleitores vão às urnas na Capital para colocar a prova o cacife dos líderes políticos e a credibilidade dos institutos de pesquisa. Assim como ocorreu em 2016, o número de candidatos a prefeito bateu recorde, com 15 disputando a Prefeitura de Campo Grande.
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O primeiro desafio da Justiça Eleitoral e dos candidatos é reduzir a abstenção. Além da decepção com a classe política, o eleitor tem outro motivo para não votar: o medo da covid-19, que infectou 87 mil e matou 1.683 pessoas em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Ibope, 10% dos eleitores estão em dúvida em ir votar na Capital por causa da doença.
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No entanto, 86% estão decididos a votar. Apenas 4% declararam que não vão participar da eleição por medo do coronavírus. Em 2016, conforme o Tribunal Regional Eleitoral, 167.922 (28,2%) eleitores não participaram da escolha do prefeito no primeiro turno. O maior índice foi de abstenção, de 19,2% (114,2 mil). Outros 3,66% (17.619) votaram nulo, enquanto 7,49% (36.017) optaram pelo voto em branco.
Caso o número se repita neste ano, pelo menos 172 mil eleitores podem deixar de escolher um dos 15 candidatos a prefeito da Capital neste domingo. O TRE admite que o número deve aumentar. A corte orienta que eleitores com sintomas da covid-19, como febre, tosse e dor de garganta, não compareça à zona de votação hoje.
O campo-grandense tem opção para votar neste domingo. Marquinhos Trad (PSD) disputa a reeleição com a experiência de ter equilibrado as finanças e sem atrasar a folha de pagamento do funcionalismo, não repetindo os antecessores. Ele adotou medidas para enfrentar a pandemia.
Promotor Harfouche (Avante) tem a experiência de 28 anos no Ministério Público. Pedro Kemp (PT) foi secretário de Educação e tem uma carreira como deputado estadual. Vinicius Siqueira (PSL) destacou-se no legislativo com ações na Justiça e na fiscalização das concessões públicas. Dagoberto Nogueira (PDT) foi secretário estadual de Justiça e Segurança Pública e da Produção e presidente do Detran.
Marcelo Bluma (PV) foi vereador por três mandatos e atua como engenheiro e advogado. Marcelo Miglioli (SD) foi secretário estadual de Infraestrutura por quase quatro anos. Delegada Sidnéia Tobias (Pode) tem a atuação por três décadas na Polícia Civil. Esacheu Nascimento (PP) presidiu a Santa Casa, maior hospital do Estado e que serve como parâmetro para o eleitor avaliar a sua gestão.
O prestígio de algumas lideranças está sendo colocado a prova neste domingo. Ex-prefeito da Capital e ex-governador por dois mandatos, André Puccinelli (MDB), não conseguiu transferir votos para o pupilo, o deputado estadual Márcio Fernandes. O emedebista se esforçou, tanto no horário eleitoral quanto nas ruas, mas o emedebista não saiu de um dígito, conforme todos os levantamentos.
Miglioli encolheu na atual eleição, considerando-se que foi competitivo na disputa pelo Senado em 2018, quando teve o apoio de Reinaldo Azambuja (PSDB) e de Marquinhos. Sozinho, o candidato tem o desafio de mostrar que tem musculatura eleitoral.
Reinaldo e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acabaram ficando de fora da disputa da Capital. Denunciado na Operação Vostok, o tucano sumiu do horário eleitoral e das caminhadas dos aliados. Já Boslonaro levou ao pé da letra a promessa de não subir no palanque de ninguém no primeiro turno. O presidente também acabou não sendo lembrado pelos candidatos na campanha.
Votos válidos, comparece com o resultado de hoje
Candidato | Ibope | Ranking | Datamax | Itop | IPR |
Marquinhos Trad (PSD) | 56% | 53,46% | 62% | 69% | 61% |
Promotor Harfouche (Avante) | 11% | 9,38% | 8% | 8,25% | 10,92% |
Pedro Kemp (PT) | 6% | 3,57% | 7% | 5% | 6,34% |
Vinicius Siqueira (PSL) | 5% | 6,83% | 5% | 3,95% | 4,93% |
Delegada Sidnéia (Pode) | 4% | 4,53% | 5% | 1,50% | 2,46% |
João Henrique (PL) | 3% | 1,11% | 2% | 1% | 0,53% |
Marcelo Miglioli (SD) | 2% | 1,19% | 2% | 1,10% | 1,94% |
Cris Duarte (PSOL) | 2% | 0,96% | 0% | 0,95% | 0,70% |
Esacheu Nascimento (PP) | 2% | 1,27% | 1% | 0,70% | 1,58% |
Márcio Fernandes (MDB) | 2% | 5,56% | 3% | 1,10% | 3,52% |
Dagoberto Nogueira (PDT) | 2% | 8,02% | 3% | 4,50% | 3,70% |
Guto Scarpanti (Novo) | 2% | 0,56% | 1% | 0% | 0,35% |
Marcelo Bluma (PV) | 1% | 2,15% | 1% | 1,75% | 0,70% |
Paulo Matos (PSC) | 1% | 1,01% | 1% | 0,80% | 0,88% |
Thiago Assad (PCO) | 0% | 0,40% | 0% | 0,50% | 0% |
A abertura das urnas põe a prova os institutos de pesquisa. Ibope, Itop, Ranking e Datamax preveem a vitória de Marquinhos Trad no primeiro turno, com percentuais que variam de 53,46% a 69%. Se ocorrer segundo turno, todos erram. Caso o prefeito vença no primeiro, pelo menos metade vai errar o percentual.
A votação segue até às 17h e a apuração deve ser concluída até 20h. O Tribunal Regional Eleitoral pede que o eleitor leve a própria caneta e máscara para votar.