O ex-secretário municipal de Saúde, Jamal Mohamed Salem, o Dr. Jamal (MDB), negou qualquer participação no suposto desvio de R$ 2,028 milhões do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Para rebater a ação de improbidade administrativa, o candidato a vereador afirmou que não teve nenhuma interferência na licitação nem na escolha da empresa para fornecer os equipamentos, a luva para realizar eletrocardiograma e o ultrassom.
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“Não tive interferência no preço nem na (escolha da) empresa”, destacou Jamal. Ele responsabiliza a Central Municipal de Compras, coordenada por Estevão Silva de Albuquerque por eventuais irregularidades. “Nem conheço a empresa”, assegurou, sobre a HBR Medical, contratada na época e agora chamada de Health Brasil Inteligência em Saúde.
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De acordo com o promotor Adriano Lobo Viana de Resende, da 29ª Promotoria do Patrimônio Público, houve restrição à competitividade e direcionamento na licitação. As outras duas concorrentes só teriam participado para simular concorrência. Também garante que houve o pagamento da fortuna sem a utilização dos equipamentos.
O ex-coordenador do SAMU e atual vereador, Eduardo Cury, o Dr. Cury (DEM), admitiu a subutilização dos aparelhos, mas atribuiu o problema ao pouco tempo para capacitar os funcionários e a greve dos médicos na época. Ele negou que os equipamentos não foram usados, como informou o ex-secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela.
Como tenta retornar à Câmara Municipal nas eleições deste ano, Dr. Jamal tenta minimizar o impacto das denúncias. Ele ressaltou que acabou sendo acusado pelo suposto desvio devido a politização do processo por Alcides Bernal (Progressistas), que retornou ao cargo de prefeito no dia 25 de agosto de 2015 e encerrou o contrato no mês seguinte.
“Não faço parte da comissão de compras, sou apenas técnico, assim como o Dr. Cury”, garantiu o ex-vereador. Ele explicou que o Ministério da Saúde disponibilizou o dinheiro para locação de equipamentos para o SAMU. Então, para não perder o recurso, Cury acabou sugerindo a locação das luvas, que permitiriam a realização de exames do coração e eram consideradas avançadas para a época.
O MPE pediu o bloqueio de R$ 2,028 milhões dos acusados pelo desvio, que inclui a empresa e o empresário Rodolfo Pinheiro Holsback. O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, acatou o pedido e determinou o bloqueio dos bens e veículos.
O MPE já protocolou a ação por improbidade administrativa.