Ex-coordenador do SAMU, o vereador Dr. Cury (DEM) afirmou que comprou o ultrassom e o eletrocardiograma portáveis pensando no que havia de mais avançado tecnologicamente na ocasião para salvar vidas. No entanto, ele admitiu que houve subutilização dos equipamentos, porque não houve capacitação dos profissionais envolvidos e devido à greve dos médicos da rede municipal de saúde.
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O parlamentar justificou a locação de 10 equipamentos, apesar da existência de apenas três ambulâncias avançadas. Conforme o médico, como a maior parte das UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento) não possuem eletrocardiograma, os médicos poderiam usar os aparelhos disponíveis nos veículos.
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Cury diz que pesquisa equipamentos avançados usados em outras unidades do SAMU e encontrou o modelo no interior de São Paulo. Conforme o médico, bastava colocar a luva na mão do paciente e posiciona-la sobre o peito, que faz todos os exames do coração. Os registros eram enviados para São Paulo e devolvidos, com análise médica, em três a quatro minutos.
Contudo, ele admitiu que os equipamentos foram subutilizados, como apontou a denúncia do promotor Adriano Lobo Viana de Resende. O primeiro foi que faltou tempo hábil para capacitar os profissionais. Apenas parte dos trabalhadores das ambulâncias participaram dos cursos. Nenhum servidor das unidades de saúde teria sido capacitado.
O ex-coordenador do Samu também atribuiu a falta de utilização dos aparelhos à greve dos médicos, que marcou o final da melancólica gestão de Gilmar Olarte (sem partido). Ele atribuiu a denúncia o ex-prefeito Alcides Bernal, que reassumiu o cargo em agosto e acabou encerrando o contrato em setembro.
Cury rebateu o ofício do ex-secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, já na gestão de Marquinhos Trad (PSD), informando de que não foi encontrado nenhum exame realizado pelos equipados locados da HBR Medical. “Não é verdade, tenho exame e fotos dos equipamentos sendo usados”, garantiu o vereador.
“Se tivéssemos os aparelhos salvaríamos vidas e teríamos menos internações”, garantiu Cury, defendendo o contrato. No entanto, sobre valores, ele justificou que não era sua função. Por outro lado, defendeu a locação, porque, conforme o parlamentar, o SAMU não pode incorporar bens ao patrimônio.
O democrata diz que não pode ser responsabilizado pela licitação, que teria sido direcionada, nem pelo contrato, que estava superfaturado, conforme o MPE. Ele disse que o Tribunal de Contas da União o excluiu de ação envolvendo este contrato.
Candidato à reeleição, ele lamentou a divulgação do escândalo, porque poderá ser explorado pelos seus adversários e ameaçar à sua campanha.