Réu por integrar organização criminosa armada transnacional, o famoso PCC (Primeiro Comando da Capital), o candidato a vereador pelo MDB, Rafael Santana de Souza, o Rafael Chupim, 32 anos, vai fazer campanha com tornozeleira eletrônica em Aral Moreira, a 371 quilômetros da Capital. Ele tem chance no pequeno município, que elegeu prefeito um vereador preso por tráfico em 2016.
[adrotate group=”3″]
O emedebista foi preso no dia 25 de junho deste ano na Operação Exílio, da Polícia Federal. Na ocasião, 110 policiais apreenderam 503 quilos de maconha, armas de grosso calibre e granadas usadas pela organização criminosa. Dois foragidos do sistema penitenciário de São Paulo, conforme a Justiça, estavam na casa onde o candidato do MDB foi preso.
Veja mais:
PGR recorre para prefeito do PSDB condenado por tráfico cumprir pena no fechado
Condenado por tráfico de drogas, prefeito tucano vai disputar reeleição com apoio do DEM e PTB
Gilmar Mendes suspende sentença e livra prefeito de Aral Moreira da cadeia por tráfico
Preso em flagrante, Rafael Chupim obteve habeas corpus para deixar a prisão e usar tornozeleira eletrônica. O recolhimento noturno, das 19h às 5h, estava lhe causando transtornos na campanha e ele pediu a retirada da tornozeleira eletrônica.
Em despacho do dia 1º deste mês, a juíza Caroline Scofield Amaral, da 1ª Vara Federal de Ponta Porã, manteve o monitoramento eletrônico. No entanto, o candidato do MDB foi liberado para ficar na rua fazendo campanha até às 22h e se deslocar para a zona rural do município. Em locais sem sinal, ele tem autorização para se deslocar, mas deverá comunicar o roteiro com antecedência à Justiça.
O mês de novembro será decisivo para o candidato. No dia 15 de novembro, primeiro turno das eleições, ele poderá conquistar o mandato de vereador em Aral Moreira. Dois dias antes, no dia 13, ele será interrogado como réu na ação penal por integrar a organização criminosa e tráfico de drogas.
A denúncia foi recebida pelo juiz Ricardo Duarte Pereira Figueira, da 1ª Vara Federal de Ponta Porã. O magistrado considerou que há indícios e provas do envolvimento de Rafael Chupim, Kléber Soares Alves, KL ou Surfista, Adalberto de Oliveira Alves Júnior, o Pierre, com o PCC. Surfista é acusado de fazer o cadastro para a facção criminosa paulista, enquanto Pierre de impor a disciplina.
Em um dos despachos, a juíza Caroline Amaral observa que o candidato a vereador foi preso em imóvel onde a PF encontrou 503 quilos de maconha. Ela considerou a quantidade de drogas para manter a custódia cautelar dos acusados.
Aral Moreira caminha para ganhar fama nacional. O prefeito disputa a reeleição, apesar de ter sido condenado a quatro anos e oito meses de prisão por tráfico internacional de drogas. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal decide se ele vai cumprir a pena em regime semiaberto ou fechado. O Ministério Público Federal pede o encarceramento do tucano.
Garcia obteve habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF. O magistrado concedeu o benefício até o julgamento do recurso pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em que o prefeito pede a extensão da absolvição dos outros integrantes do seu grupo.
O tucano foi preso pela Polícia Federal na Operação Materello, em 2016, quando era vereador e presidente da Câmara Municipal. Após ser solto, ele disputou a prefeitura e ganhou por um voto. O TRF3 o condenou a sete anos de prisão, mas o Superior Tribunal de Justiça reduziu a pena para quatro anos e oito meses.
Em novembro, os eleitores de Aral Moreira vão às urnas com um grande dilema. E os candidatos acusados de ligação com o crime organizado não estão sozinhos, já que possuem apoio de seus respectivos partidos, o PSDB e o MDB.