Em dois anos, um candidato a prefeito de Campo Grande teve aumento de 220% no patrimônio, enquanto outro ficou 44% mais pobre no mesmo período. Dos 14 concorrentes à sucessão do prefeito Marquinhos Trad (PSD) nas eleições deste ano, 10 são milionários. Entre as curiosidades, estão uma casa de R$ 3 milhões, carros de luxo e a construção de uma fortuna em três anos.
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Graças à declaração do patrimônio, o eleitor tem a oportunidade de acompanhar de perto os políticos e fazer a própria avaliação. Os dados são divulgados na página do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). (clique aqui)
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A maior evolução ocorreu no patrimônio do candidato a prefeito Guto Scarpanti (Novo). Entre 2018, quando foi candidato a deputado federal, e este ano, o patrimônio teve aumento de 220%, passando de R$ 472,5 mil para R$ 1,550 milhão. Conforme a Justiça Eleitoral, os bens de maior valor são uma casa de R$ 550 mil e um apartamento de R$ 700 mil.
No mesmo período, a delegada Sidnéia Tobias (Pode) ficou 44% mais pobre. Em 2018, ao disputar a vaga de deputada estadual, ela declarou possuir patrimônio de R$ 450 mil. Agora, a candidata a prefeita declarou bens diversos, que somam R$ 250 mil. Em 2014, ela declarou apenas uma casa de R$ 250 mil.
Também entre 2018, quando disputou o Senado, e 2020, o candidato do Solidariedade, Marcelo Miglioli ficou 55% mais rico, com o patrimônio evoluindo de R$ 3,776 milhões para R$ 5,358 milhões. O engenheiro civil declarou terreno de R$ 1,440 milhão, fazenda de R$ 1,086 milhão, casa de R$ 1,089 milhão e R$ 400 mil em espécie.
Miglioli foi candidato a senador com o apoio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) há dois anos. Ele foi secretário estadual de Infraestrutura por quatro anos, de 2015 a 2019.
Em termos percentuais, a fortuna do deputado estadual Márcio Fernandes (MDB) cresceu 79,75% em dois anos, de R$ 1,488 milhão, quando disputou a reeleição, e R$ 2,676 milhões neste ano. Escolhido para ser o candidato do ex-governador André Puccinelli (MDB), ele declarou ter R$ 1,075 milhão em espécie, ou seja, uma fortuna fora dos bancos oficiais.
O emedebista também se destaca por ter carro de luxo. Márcio declarou possuir Jeep Land Rover Discovery avaliado em R$ 370 mil na garagem. O outro imóvel de valor é o apartamento de R$ 700 mil.
O procurador de Justiça licenciado, Sérgio Harfouche (Avante) teve aumento de 49,6% no patrimônio no último biênio, de R$ 3,275 milhões para R$ 4,902 milhões. Esta é a segunda vez que ele concorre a um cargo eletivo. Em 2018, foi candidato a senador e foi o mais votado na Capital. Harfouche se destaca por morar em casa avaliada em R$ 3 milhões. Outros dois imóveis de valor são dois terrenos, avaliados em R$ 489,3 mil e R$ 635,1 mil.
O patrimônio do prefeito Marquinhos Trad teve aumento de 79,9% em quatro anos, passando de R$ 1,4 milhão, em 2016, para R$ 2,519 milhões neste ano. Ele declarou ter aplicação de R$ 886,8 mil em conjunto com a esposa, Tatiana Trad, outra sozinho de R$ 515,3 mil e mais um terreno de R$ 440 mil.
Em quatro anos, o patrimônio do ex-vereador Marcelo Bluma (PV) teve aumento de 10%, passando de R$ 1,321 milhão para R$ 1,455 milhão. Advogado e engenheiro civil, ele também foi candidato a governador em 2018, quando declarou possuir R$ 1,374 milhão. Entre os destaques dos bens do candidato, estão casa de R$ 440 mil, três imóveis residenciais e cinco comerciais.
Em dois anos, houve aumento de apenas 1,24% no patrimônio do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que passou de R$ 1,699 milhão para R$ 1,720 milhão neste ano. Ele declarou ter R$ 901 mil em aplicações, casa de R$ 337 mil e R$ 286,8 mil em poupança.
No mesmo período, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) atestou redução de 0,45% no patrimônio, de R$ 3,093 milhões para R$ 3,079 milhões. Em 2014, ele declarou ter R$ 2,7 milhões. Conforme a declaração deste ano, os bens mais valiosos são fazenda de R$ 2 milhões, casa de R$ 326 mil e imóveis em São José do Rio Preto (SP).
Mais dois candidatos completam a lista dos milionários. O advogado Esacheu Nascimento (Progressista) declarou ter patrimônio de R$ 1,704 milhão. Em relação a última eleição disputada, como candidato a deputado federal em 2010, quando declarou R$ 1,182 milhão, ele acumulou aumento de 44% no patrimônio. O ex-presidente da Santa Casa de Campo Grande informou que os principais bens são casa de R$ 701 mil, empréstimo de R$ 300 mil e R$ 163,7 mil em espécie.
O segundo é o pecuarista e empresário Paulo Matos (PSC), que declarou possuir R$ 3,357 milhões. Ex-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação) na gestão de Nelsinho Trad (PSD) e ex-secretário de Governo na de Gilmar Olarte (sem partido), ele só foi candidato uma vez, a vereador em 2004, quando declarou não possuir nenhum patrimônio.
Agora, entre os itens da fortuna construída em 16 anos, Matos conta com duas propriedades rurais, avaliadas entre R$ 649 mil e R$ 1 milhão, e casa de R$ 772,3 mil. Ele é o candidato a prefeito com o carro de luxo mais caro, uma BMW 540i avaliada em R$ 395 mil.
Em quatro anos, o patrimônio do deputado estadual João Henrique Catan (PL) teve aumento de 203%, passando de R$ 55 mil, em 2016 quando foi candidato a vereador, para R$ 166,8 mil neste ano. Há dois anos, quando foi eleito deputado, ele não declarou possuir bens. A maior parte do valor declarado este ano, R$ 150 mil, é de dinheiro em espécie.
O deputado federal Loester Trutis (PSL), que teve a candidatura barrada pela Justiça, declarou ter R$ 48 mil em bens, sendo R$ 33 mil em dinheiro vivo. Há dois anos, quando se elegeu pela primeira vez na onda do boslonarismo, ele declarou não possuir bens.
A única candidata sem bens entre os 14 candidatos a prefeito de Campo Grande é a psicóloga Cris Durte (PSOL). Ela já foi candidata em outras duas ocasiões, a vereadora em 2012 e a deputada federal, em 2010, pelo PPS. Na época, Cris declarou possuir patrimônio de R$ 5 mil referente a participação em uma empresa. O Jacaré chegou a divulgar, erroneamente, que ela não tinha disputado eleição antes.
Caso o eleitor tenha dúvidas, basta acessar a página da Justiça eleitoral e verificar a evolução patrimonial do seu candidato. E vote consciente.
Confira o patrimônio de todos os candidatos a prefeito
Nome | Patrimônio |
Marcelo Miglioli (SD) | 5.358.687,67 |
Promotor Harfouche (Avante) | 4.902.171,80 |
Paulo Matos (PSC) | 3.357.848,05 |
Dagoberto Nogueira (PDT) | 3.079.721,17 |
Márcio Fernandes (MDB) | 2.676.406,57 |
Marquinhos Trad (PSD) | 2.519.739,49 |
Pedro Kemp (PT) | 1.720.978,56 |
Esacheu Nascimento (Progressista) | 1.704.494,66 |
Guto Scarpanti (Novo) | 1.550.500,00 |
Marcelo Bluma (PV) | 1.455.057,05 |
Delegada Sidnéia Tobias (Pode) | 250.000,00 |
João Henrique (PL) | 166.858,15 |
Loester Trutis (PSL) | 48.036,48 |
Cris Duarte (PSOL) | 0 |
Fonte: | TRE-MS |