A dúvida sobre a votação para escolher o candidato a prefeito do PSL em Campo Grande persiste e o suspense deve continuar no início da campanha eleitoral, que começa oficialmente no domingo (27). O Ministério Público quer ouvir a direção nacional para saber, de forma clara, quem poderia ter votado na convenção municipal da sigla para decidir entre o deputado federal Loester Trutis e o vereador Vinícius Siqueira.
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De acordo com parecer do promotor eleitoral, Luiz Eduardo Lemos de Almeida, o estatuto do partido não põe fim a “irrefragável controvérsia de natureza fática”. Siqueira alega que os suplentes não poderiam ter votado. Neste cenário, ele teria derrotado o polêmico parlamentar pelo placar de 3 a 2 e seria proclamado candidato do PSL.
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Trutis alega que ganhou pelo placar de 4 a 3. A polêmica está em torno dos votos do vice-presidente, Danny Fabrício Cabral Gomes, e do primeiro tesoureiro, Carlos Alberto Gomes de Souza, irmão do deputado. Ele argumenta que seguiu o estatuto do partido. O vereador teve o próprio voto e mais dois, do vogal, Riahd Abdulahad, e do secretário geral, Paulo de Matos Pinheiro.
As manifestações e o estatuto do PSL não deixaram claro sobre quem poderia votar na convenção municipal. “Aliás, considerando ter sido ventilada matéria interna corporis (suposta violação ao art. 48-A do Estatuto do Partido Social Liberal), o Parquet eleitoral desde logo vislumbra a necessidade de intimação do diretório nacional do Partido Social Liberal para informar neste processado, de modo claro e objetivo, nome e qualificação de filiados aptos e legitimados a votar na convenção partidária municipal de Campo Grande/MS ocorrida no dia 13 de setembro de 2020”, opinou Lemos.
A decisão caberá à juíza Joseliza Alessandra Vanzela Turine, da 44ª Zona Eleitoral da Capital. Ela poderá decidir com base nas informações juntas aos autos ou acatar a recomendação do Ministério Público Eleitoral e pedir ajuda da direção nacional do PSL.
O presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, já interviu a favor de Trutis. No dia 15 deste mês, ele anulou a decisão da presidente estadual da sigla, senadora Soraya Thronicke, que havia destituído o deputado do comando da comissão provisória municipal. Isso significa que o diretório nacional poderá dar a interpretação favorável a Trutis, ou seja, de que todos estavam habilitados para votar.
Principal nome da oposição ao prefeito Marquinhos Trad (PSD) na Câmara Municipal e um dos pioneiros no movimento a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Siqueira corre risco de não ser candidato a nada nas eleições deste ano. Ele rejeitou acordo para disputar a reeleição ou ser candidato a vice na chapa encabeçada por Trutis.
Inicialmente, o candidato a prefeito do PSL na Capital seria o deputado estadual Capitão Contar. No entanto, ele acabou substituído por Siqueira, que trocou o DEM pelo PSL. A substituição foi anunciada nas redes sociais por Trutis.
No entanto, na reta final, o parlamentar concluiu ser o candidato mais competitivo na disputa e acabou se lançado à prefeitura. Inconformado com o que definiu como “rasteira”, Siqueira recorreu à Justiça e conta com o apoio de Soraya para ser o candidato.
A eleição municipal conta com 15 candidatos a prefeito de Campo Grande. A campanha começa no domingo e o primeiro turno está previsto para o dia 15 de novembro deste ano.